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25/08/2010 - 15h57

Primeiros megaburacos negros surgiram pouco depois do "Big Bang"

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DA FRANCE PRESSE, EM PARIS

Os primeiros "supermaciços" buracos negros surgiram relativamente pouco tempo depois do Big Bang que criou o universo, uma descoberta que poderá obrigar a reescrever os fatos sobre a formação das galáxias.

Os buracos negros comuns são entidades de massa cuja pressão gravitacional é tão forte que nem sequer a luz consegue escapar deles. No entanto, são pequenos se comparados com esses megaburacos negros.

Desde que o primeiro desses buracos negros "supermaciços" foi descoberto há 12 anos, os astrônomos chegaram à conclusão de que cada galáxia, incluindo a Via Láctea, tem um buraco negro supermaciço em seu centro, alguns dos quais têm uma massa milhares de milhões de vezes maior do que o nosso Sol.

Os buracos negros supermaciços parecem um fenômeno surgido da ficção científica, pois tragam as estrelas e os planetas que se aproximam de sua gravitação.

No entanto, este ato pode não ser meramente destrutivo. Ao atrair e agitar o gás interestelar, o buraco negro também pode ser uma força criadora, ajudando a gerar novas estrelas e sistemas solares, afirmam os astrofísicos.

Em um estudo publicado na revista científica "Nature", cientistas codirigidos por Lucio Mayer, professor de física teórica da Universidade de Zurique, afirmam que os primeiros buracos negros supermaciços foram criados há cerca de um bilhão de anos, depois da explosão da qual surgiu o universo, há 14 bilhões de anos.

Sua simulação, criada por supercomputadores, mostra gigantescas protogaláxias que se chocam, fundindo-se numa densa nuvem de gás que depois sofre um colapso gravitacional e finalmente forma um enorme buraco negro.

Este estudo questiona a teoria clássica sobre a forma com que crescem as galáxias.

"Nossos resultados demonstram que as grandes estruturas - tanto as galáxias como os buracos negros maciços - são criados rapidamente na história do universo", afirma um dos autores, Stelios Kazantzidis, da Universidade do Estado de Ohio.

Nesse caso, as implicações na cosmologia seriam muito profundas.

"Por exemplo, a ideia clássica de que as propriedades e a massa do buraco negro central de uma galáxia crescem de forma paralela terá de ser revisada", afirmou Kazantzidis.

"Em nosso modelo, o buraco negro cresce muito mais rápido do que a galáxia. Por isso, pode ser que o buraco negro não seja regulado de nenhuma maneira pelo crescimento da galáxia. Pode ser que a galáxia fosse regulada pelo crescimento do buraco negro", acrescentou.

A simulação em computador se baseia nas recentes descobertas de que as primeiras galáxias surgiram depois do Big Bang, antes do que se acreditava, e incluíam estrelas que eram muito maiores do que as atuais estrelas, até 300 vezes a massa de nosso Sol.

Segundo esta nova perspectiva, o gás e o pó no centro da galáxia fundidos se condensaram para formar um disco hermético.

Depois, deste disco se tornou instável e o gás e o pó voltaram a se contrair, formando uma nuvem ainda mais densa que, no final, gerou um buraco negro supermaciço.

 

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