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15/09/2010 - 10h51

Remédio contra reumatismo pode ajudar diabéticos do tipo 2

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GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Um remédio usado há quase 20 anos no tratamento de doenças reumáticas também pode ser alternativa para combater o diabetes tipo 2, que afeta quase 5% da população em todo o mundo.

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Cientistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) descobriram que a diacereína --comercializada com o nome de Artrodar-- consegue reduzir a resistência das células à insulina.

Divulgação
Unicamp testa remédio para reumatismo no tratamento do diabetes tipo 2, que afeta quase 5% da população mundial
Unicamp testa remédio para reumatismo no tratamento do diabetes tipo 2, que afeta quase 5% da população mundial

"O diabetes tipo 2 causa um efeito inflamatório subclínico nos tecidos e nos vasos. Ou seja: o paciente não tem febre ou dores, mas a inflamação está lá e provoca danos mesmo assim", afirma o coordenador do trabalho, Mário José Abdalla Saad.

A diacereína age combatendo essa inflamação. A substância consegue inibir a produção de algumas proteínas, que dificultam a ação da insulina no organismo. Uma aluna de doutorado de Saad irá defender uma tese relatando o método no fim de setembro.

Os testes com animais em laboratório devem começar em breve e, segundo Saad, os pesquisadores estão confiantes que os resultados serão "muito positivos".

O otimismo dos cientistas vem do sucesso do trabalho anterior do grupo, que provou que o ácido acetilsalicílico --a popular aspirina-- é eficaz contra o diabetes.

O composto age da mesma forma que a diacereína, inibindo a ação de algumas proteínas. A aspirina, porém, necessita de doses muito maiores para fazer efeito: o equivalente a dezenas de comprimidos comuns.

Quantidades tão elevadas podem causar sangramentos gastrointestinais e "zumbidos" no ouvido, o que inviabiliza seu uso em humanos, afirma o coordenador.

BAIXO CUSTO

O tratamento com a diacereína é promissor, de acordo com os pesquisadores, porque seu uso já é consagrado no mercado. Isso reduziria os custos de aplicação, uma vez que a patente está próxima de cair, e também as dificuldades para liberação de testes em humanos.

"O futuro está em encontrar novas aplicações para drogas que já existem", afirma o cientista.

 

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