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31/12/2010 - 08h47

Champanhe deve ser servido como cerveja; entenda a razão científica

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SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

O brinde típico da virada do ano --com champanhe-- pode ficar ainda melhor se os conselhos de alguns químicos franceses da Universidade de Reims forem seguidos.

Os pesquisadores mostraram que o ideal é a bebida consumida fria (a 4ºC) e servida da mesma maneira que a cerveja (ou seja, com o copo inclinado). Isso porque, a baixas temperaturas e com a inclinação correta do copo, a preservação das bolhas é maior --o que é fundamental no caso do champanhe.

SXC
Taça inclinada favorece permanência de bolhas do champanhe, explicam químicos de universidade francesa
Taça inclinada favorece permanência de bolhas do champanhe, explicam químicos de universidade francesa

A efervescência, formada por CO2, ajuda a transferir o sabor, o aroma e a "sensação" da bebida para a boca (para as papilas da língua) de quem a degusta.

Os cientistas estudaram a perda de dióxido de carbono no champanhe usando dois métodos diferentes. Um envolveu o derramamento da bebida em linha reta na taça. O outro foi feito com o recipiente inclinado (como se faz com a cerveja).

A conclusão foi que servir com a taça parcialmente inclinada diminui pela metade a perda de CO2.

Os químicos também testaram a quantidade do gás em três temperaturas distintas (4ºC, 12ºC e 18ºC) e viram que, quanto mais baixa a temperatura, mais o CO2 se manteve no líquido (o que já se suspeitava pela lei da solubilidade: quanto mais quente a bebida, mais agitadas ficam as moléculas, e o gás se desprende mais facilmente).

O estudo foi publicado no "Journal of Agricultural and Food Chemistry", uma revista científica da Sociedade Americana de Química.

Editoria de Arte/Folhapress

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Essa é a primeira vez que cientistas estudaram especificamente a relação entre a quantidade de CO2 e o sabor e a qualidade da bebida.

Mas o grupo da Universidade de Reims, liderado por Gérard Liger-Belair, tem trabalhado há tempos com as bolhas e o sabor do champanhe e de vinhos finos.

Em 2009, eles publicaram outro artigo no qual mostraram que o formato da taça -reto (em forma de "flauta") ou ovalado (de " navio") --pode influenciar a capacidade de a bolha se misturar à bebida, o que altera o seu sabor. No caso, eles mostraram que a ovalada é melhor.

Agora, eles querem desenvolver um modelo matemático completo, que inclua as múltiplas formas de desprendimento do CO2 enquanto o champanhe é servido.

O motivo do interesse pela bebida dos brindes tem uma explicação: a Universidade de Reims fica na região de Champagne-Ardenne, na França. Lá é que é feita a bebida original, que leva o nome da região.

 

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