Mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.
Entre os melhores
Sim, somos um país de contrastes, isso não é novidade. Se por um lado temos um Brasil que anda de lado, como resultado da educação ruim, sem cultura, com baixa produtividade e sem perspectivas de melhora, por outro temos empresas que investem nos jovens e buscam os melhores alunos nos melhores cursos do país para transformá-los nos futuros líderes e gestores.
São jovens que desconhecem a angústia e a insegurança pela busca do primeiro emprego. São caçados pelas empresas quando ainda estão nos bancos das universidades, indicados pelos professores e paparicados por consultorias.
São treinados para resolução de problemas, assumem grandes responsabilidades, têm boa visibilidade e acesso aos principais executivos das organizações em que atuam.
Estamos falando da minoria e, evidentemente, de jovens que estudam muito e que se destacam principalmente, mas não só, nas áreas de exatas.
Esse é um setor em que o país sobre de carência profunda. Os números não deixam dúvidas: menos de 30% dos engenheiros são formados em cursos de alto desempenho, na avaliação do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).
Mas também estou falando do perfil de comportamento: são interessados, participam em sala de aula, contribuem com questionamentos relevantes e fazem associações entre a teoria e a prática do dia a dia. São aqueles que exigem mais dos seus professores: os docentes gostam disso e se lembrarão desses alunos quando forem consultados para as boas oportunidades.
São aqueles que leem os textos e livros indicados, buscam outros e conseguem se expressar escrita e verbalmente.
A recompensa? Bem, os melhores salários, as melhores oportunidades de carreira e a ascensão mais rápida. A desculpa pronta daqueles que não conseguem será sempre a vitimização.
Assumir as rédeas da própria vida e da carreira também exige atitude e ação. Sem interesse, esforço, dedicação e persistência não se vai muito longe.
Para sair do papel de vítima há alternativas como os programas de incentivo realizados no Brasil e encarar desafios e barreiras como oportunidades, em vez de vez de problemas e dificuldades.
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