Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Assassinato e racismo mostram que Brasil precisa acordar

É preciso desarticular o suposto esquema criminoso em operação na Amazônia

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Os detalhes relacionados ao desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips escancararam o quanto a opressão sobre os povos originários e a negligência com a preservação do meio ambiente estão naturalizadas no Brasil.

Foram necessárias 48 horas de pressão internacional para que o Estado resolvesse se fazer presente no Vale do Javari e assumisse a dianteira das buscas, que, desde o primeiro momento, foram empreendidas pelos povos indígenas.

Quando entrou no caso, a Polícia Federal agiu com a eficiência esperada dos órgãos de investigação e indícios levaram à decretação da prisão temporária dos irmãos pescadores Amarildo e Oseney da Costa Oliveira, à época suspeitos do duplo homicídio (hoje um é réu confesso). As prisões, que já envolvem uma terceira pessoa, Jeferson da Silva Lima, são um alento, mas estão longe de representar uma solução.

A julgar pelas denúncias feitas pelo próprio Bruno Pereira e pela Univaja, há uma corja de bandidos pilhando a região e ceifando as vidas de quem representa algum entrave a interesses escusos. Essa gente toda merece pagar pelos crimes.

O que se espera agora é temperança para que as investigações sejam conduzidas com celeridade, porém sem açodamento. Não só para que este caso seja esclarecido, mas também para que seja possível desarticular o suposto esquema criminoso em operação na Amazônia.

A partir dos olhares que o mundo voltou para o Brasil, há expectativa de que as investigações avancem também em direção à elucidação de outros crimes bárbaros e vergonhosamente pendentes de desfecho em várias regiões do país.

Enquanto isso, numa manhã de sábado, a maior emissora de TV do país dá exemplo do que é o racismo estrutural. Com naturalidade, a apresentadora Talitha Morete ordena à doceira Silene, única convidada negra do programa É de Casa naquele dia: "Vai servir todo mundo."

Nos 200 anos da Independência, é tempo de gritar: Acorda, Brasil!

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