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andré barcinski

 

18/07/2012 - 06h03

Surpresa coreana no Bom Retiro

Comer em São Paulo é uma caixinha de surpresas. Quando você acha que conhece todos os restaurantes de um bairro, acaba se surpreendendo.

Por exemplo: há um bom tempo sou freguês de uma lanchonete coreana na rua Prates, no Bom Retiro. O nome do lugar, segundo a única atendente que fala português, se escreve "Kimahri".

O Kimahri (rua Prates, 379, tel. 0/xx/11/3227-8613) é o paraíso da fritura, um botecão que há anos levanta o colesterol de todo o Bom Retiro. Parece uma garagem com um balcãozinho na frente, onde ficam expostas várias delícias da comida de rua coreana: lulas fritas, guiozas, salsichas empanadas e uma incrível linguiça de sangue de porco.

O lugar fica cheio de gente na hora do almoço. Estudantes e motoboys fazem fila na porta. Sempre achei que o Kimahri servisse apenas petiscos para viagem, até que vi um grupo de coreanos entrando na loja. Fui atrás.

Que surpresa: depois de passar por dentro da cozinha e descer uma escada, cheguei a um pequeno salão. Não era o lugar mais charmoso do mundo: pôsteres de Marilyn Monroe decoravam as paredes.

Uma porta aberta revelava, ao lado do salão, um depósito, onde máquinas de costura se misturavam a caixas de papelão e até a raquetes de tênis.

No salão, grupos de coreanos se esbaldavam com pratos típicos. Pedi donkas, que são pedaços de porco à milanesa cobertos por um molho escuro, denso e apimentado. Perguntei à garçonete do que era feito o molho, mas ela não falava português. Só sei que era delicioso.

Ao lado, uma mesa se fartava com sopa de udon, porções de tokbokkis (bolinhos picantes feitos de arroz) e mandukuk, uma sopa de bolinhos semelhantes a guiozas, recheados com carne, vegetais e kimchi (acelga picante).

Minha porção de donkas veio com gohan (arroz japonês), nabo condimentado e uma grande porção de kimchi. A conta deu R$ 30 e a comida daria tranquilamente para dois. Voltarei com certeza ao Kimahri.

andré barcinski

André Barcinski é crítico da "Ilustrada" e diretor e produtor do programa "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", no Canal Brasil. Escreve às quartas, a cada duas semanas, na versão impressa do caderno "Comida".

 

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