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andré conti

 

01/10/2012 - 03h30

Pequenos prazeres

Sabe-se lá quantos jogos estão disponíveis na App Store do iPhone. Uma conta de 2010 fala em 30 mil, bem mais do que a soma de todos os jogos da atual geração de consoles. Acho que devem existir tantos clones de "Angry Birds" quanto títulos para PlayStation 3.

Imagino que seja difícil escolher algo novo, mesmo com as listas e rankings da própria loja e de sites especializados. Para mim, nunca foi problema, uma vez que estacionei no primeiro jogo baixado.

Sim, eu sei, a variedade é imensa, as possibilidades são infinitas, e muitas vezes nem é preciso pagar qualquer coisa por um ótimo jogo. Mas, desde que descobri "Game Dev Story", logo depois de comprar o iPhone, raramente joguei algo que não fosse produzido pela empresa japonesa Kairosoft.

"Game Dev Story" é um simulador, à melhor maneira de "Sim City" ou até mesmo "The Sims". Mas, em vez de controlar uma cidade ou uma família, o objetivo é gerenciar uma produtora de jogos.

Como diretor, cabe a você escolher o gênero dos jogos que serão lançados, além de contratar escritores, programadores e músicos. É preciso ir a lançamentos de consoles ("PlayStatus", "Super IES") e negociar as licenças com as fabricantes. E também ficar atento ao gosto dos fãs, que muda conforme o público envelhece.

Com o tempo, você pode expandir o escritório, contratar engenheiros e desenvolver seu próprio console, participar de feiras e usar celebridades em campanhas publicitárias, além de melhorar individualmente cada personagem.

Embora tenha sido lançado nos EUA apenas em 2010 (com enorme sucesso), "Game Dev Story" é apenas um dos muitos simuladores feitos pela Kairosoft, produtora que existe desde 1996 e cujos jogos para celulares são amplamente conhecidos no Japão.

Hoje a App Store conta com uma oferta melhor para viciados em microgerenciamento nipônico. Há simuladores de clube de futebol ("Pocket League Story"), exploração espacial ("Epic Astro Story"), equipe de Fórmula-1 ("Grand Prix Story") e até um gerenciador de termas medicinais ("Hot Springs Story").

Mesmo seguindo uma fórmula, cada título tem mecânicas próprias. No simulador de restaurantes ("Cafeteria Nipponica"), é preciso descobrir ingredientes e inventar receitas. Na administração de um feudo japonês ("Oh! Edo Towns"), o jogador constrói castelos e lida com a população e o comércio locais.

Acho que o meu favorito (depois de "Game Dev Story") é "Dungeon Village", cujo objetivo é cuidar de um pequeno vilarejo. O detalhe é que se trata de um vilarejo genérico de jogos de RPG, com loja de itens, estalagem, centros de treino etc. O jogo acaba virando um misto de RPG -com suas missões, experiência, tesouros- e simulador. Totalmente viciante.

No Japão, há inúmeros outros títulos que ainda não foram traduzidos. De simuladores de pesca a casas de fliperama, de um estúdio de mangás à gestão de uma banda de rock ou de uma pirâmide, a Kairosoft parece ter achado seu nicho.

Os jogos estão disponíveis tanto para Android quanto para iOS (com alguns títulos exclusivos para cada sistema) e não costumam custar mais que US$ 3.

andré conti

André Conti, formado em jornalismo, é editor na Companhia das Letras. Sua coluna mistura coisas antigas e jogos velhos com novidades e curiosidades da tecnologia. Escreve às segundas, a cada duas semanas, na versão impressa do caderno "Tec".

 

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