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andré conti

 

15/10/2012 - 03h30

Nunca o combate às forças alienígenas foi tão divertido

ANDRÉ CONTI
COLUNISTA DA FOLHA

Que terror deve ser o fim do ano para produtoras que não têm lançamentos como "Assassin's Creed 3", "Halo 4" e "Call of Duty: Black Ops 2" para oferecer. E engraçado que alguém ainda se dê ao trabalho de dar nome a esses jogos, quando muito bem podiam lançar uma maçaroca genérica amarrada num barbante.

Mas, por conta do novembro das sequências hediondas, muitas produtoras lançam seus jogos importantes em outubro, para fugir da concorrência. Boa parte dos jogos imita as grandes franquias, o que torna tudo mais triste. Mas sempre há algo de interessante.

Confesso que "X-COM: Enemy Unknown" (PC, Xbox 360 e PS3) me pegou de surpresa. Sou fã do original, um clássico de estratégia por turnos, e achei que esse seria mais um entre os remakes desnecessários da temporada. Rapaz, que engano: nunca o combate às forças alienígenas foi tão divertido.

A essência do original está lá: você cuida de um esquadrão de soldados, cada um com habilidades específicas, num combate por turnos contra os invasores extraterrestres. O combate se dá sobre um tabuleiro, e você avança casas, posiciona soldados e age para neutralizar a ameaça.

Entre uma batalha e outra, treina o esquadrão, desenvolve tecnologias com base nos equipamentos roubados dos invasores e interroga ETs em busca de informações e planos, o que adiciona outra camada de estratégia ao jogo.

É preciso escolher bem a equipe para cada missão, e jogar com cautela, já que as mortes são permanentes. Aquele granadeiro argentino que foi teu herói na resistência e que você desenvolveu a exaustão só precisa de um deslize para acabar na sala dos homenageados, ao som de uma ominosa gaita de foles.

O grande barato, no entanto, é a variedade de estratégias que cada cenário permite. Há inúmeras de maneiras de se abordar uma situação, cada uma com riscos e vantagens próprias. Curiosamente, este também é o ponto forte de "Dishonored" (PC, Xbox 360 e PS3), que acaba de ser lançado.

"Dishonored" é uma aventura em primeira pessoa, nos moldes de "Deus Ex", "Bioshock" e da clássica série "Thief". Você controla um sujeito que caiu em desgraça ao ser acusado de um assassinato e que resolve se vingar... tornando-se um assassino. É a lógica que temos, mas até a trama é divertida.

O desonrado do título é uma espécie de super-herói, e a graça do jogo está na combinação dos muitos poderes que podem ser adquiridos. Cada missão tem diversos caminhos: é possível matar os inimigos silenciosamente, ou controlar um rato e plantar uma bomba, ou teleportar uma turba de ratos zumbis para uma sala, por exemplo. As possibilidades são inúmeras.

Conheço poucos jogos capazes de se adaptar tão bem ao estilo do jogador. Fãs de "Thief" podem acabar "Dishonored" sem serem vistos por nenhum inimigo. Gente transtornada pode explorar as dezenas de maneiras de se livrar de um adversário. Graças a um design de fases bastante inteligente, a sensação é a de realmente descobrir essas estratégias fluidamente, mesmo que elas tenham sido colocadas lá de forma calculada.

É mais do que se pode dizer do próximo atirador de árabes e chineses comunistas.

andré conti

André Conti, formado em jornalismo, é editor na Companhia das Letras. Sua coluna mistura coisas antigas e jogos velhos com novidades e curiosidades da tecnologia. Escreve às segundas, a cada duas semanas, na versão impressa do caderno "Tec".

 

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