Jornalista, assina a coluna Brasília. Na Folha, foi correspondente em Londres e editor interino do 'Painel'.
Na última hora
Mauro Pimentel/Folhapress | ||
Marcelo Freixo (PSOL) acena para a militância nos Arcos da Lapa, no centro do Rio de Janeiro |
BRASÍLIA - A nova pesquisa Datafolha sobre a disputa pela Prefeitura do Rio trouxe um dado instigante. No primeiro turno, um em cada cinco eleitores diz ter escolhido seu candidato na última hora, entre o sábado e o domingo da votação.
De acordo com o levantamento, 14% dos cariocas decidiram o voto no próprio dia da eleição. Outros 8% o fizeram na véspera. Mais 10% escolheram nos cinco dias anteriores, ou seja, já na semana decisiva.
As respostas ajudam a explicar a volatilidade que marca as eleições deste ano. No Rio e em outras capitais, como São Paulo, viradas e arrancadas na reta final surpreenderam políticos e institutos de pesquisa.
Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, o eleitor passou a decidir cada vez mais tarde. Ele atribui isso à influência das redes sociais e de aplicativos como o WhatsApp. "A troca de informações ficou mais rápida, o que tornou mais intensos os movimentos de última hora", afirma.
O comportamento também parece associado ao clima de desencanto com a política. Nos últimos meses, candidatos de diferentes partidos relataram que o eleitor estava mais indiferente que em disputas anteriores.
Além disso, a minirreforma eleitoral deixou a campanhas mais curtas e significativamente mais pobres. Com menos propaganda na TV e nas ruas, muitos eleitores só se deram conta de que precisavam votar às vésperas da eleição. Sorte a deles.
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Pela simulação do Datafolha no último sábado, Marcelo Crivella lideraria um duelo com Marcelo Freixo por 42% a 37%, uma diferença de apenas 5 pontos. Na primeira pesquisa do segundo turno, o resultado foi de 44% a 27%. Crivella oscilou 2 pontos para cima, e Freixo despencou 10.
Como o horário eleitoral e os debates de TV ainda não começaram, a queda parece refletir o bombardeio virtual contra o candidato do PSOL. A artilharia se concentra, justamente, nas redes sociais e no Whatsapp.
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