Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Ciclo do crédito no Brasil chega ao fim
Em 2008, o crédito foi o motor da economia nacional, em detrimento de um colapso financeiro que abalou o mundo todo. Por conta dessa estratégia, a crise chegou ao Brasil como uma "marolinha", no lugar de um "tsunami", segundo o ex-presidente Lula.
Não podemos desconsiderar o incentivo ao crédito como impulsionador da economia brasileira. No entanto, esse ciclo passou a perder força a partir de 2010 e hoje, em 2014, está sendo enterrado de vez, visto que estamos registrando um PIB (Produto Interno Bruto) pífio desde os últimos 3 anos.
O próprio governo assumiu nesta terça-feira (22) que o PIB em 2014 será menor que o esperado. A previsão foi de 2,5% para 1,8%, segundo o Ministério do Planejamento.
O crescimento do crédito acompanhou a expansão econômica até 2009 - ano em que PIB brasileiro literalmente despencou. Em 2010, houve outra tentativa de recuperar a economia com o crédito, mas, desta vez, não houve sucesso. O mesmo ocorreu em 2013.
A verdade é que o crédito tem limite. Além disso, o incentivo do consumo fez com que o País aumentasse muito os seus preços, elevando a inflação e tornando os produtos e serviços onerosos e, muitas vezes, com qualidade duvidosa.
O que era uma estratégia vencedora do presidente Lula, tornou-se um pé no sapato para a atual presidente Dilma Rousseff, uma vez que a inflação acima da meta é uma das maiores críticas da oposição.
Melhorar as condições das empresas é a melhor estratégia para alavancar a economia em 2014. Ou seja, atacar o lado da oferta. Para isso, é necessário apostar em reforma tributária, infraestrutura e melhorar a qualificação da mão de obra, a partir do investimento em educação.
Sem uma estratégia econômica que foque no ser humano, não no que ele pode comprar, não há como o Brasil crescer de forma sustentável. Afinal, o que é mais importante: o poder o dinheiro ou do conhecimento? Vale refletir.
Reprodução | ||
Dados do Banco Central e do IBGE compilados pelo Banco Fator |
Texto em parceria com a jornalista Patrícia Basílio
Livraria da Folha
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