Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Mundo Econômico
PANORAMA MUNDO
Na semana passada, as Bolsas de Nova York fecharam em queda devido aos conflitos geopolíticos no Oriente Médio e na Rússia e às preocupações com o desempenho da economia global, ocasionando a diminuição do apetite dos investidores por risco. Em razão desses fatores, os índices Dow Jones e S&P 500 tiveram a maior queda percentual diária desde 31 de julho, recuando 1,54% e 1,62%, respectivamente.
Na revisão dos dados do crescimento econômico do segundo trimestre deste ano, a economia americana se expandiu ainda mais, a uma taxa anualizada de 4,6%, em vez dos 4,2% da leitura preliminar. A aceleração do ritmo de crescimento reflete uma melhoria nos investimentos dos negócios, que tiveram um avanço de 9,7% no segundo trimestre, e nas exportações, que subiram 11,1%.
Apesar do dado positivo quanto ao crescimento econômico do segundo trimestre, alguns indicadores tiveram queda. Os novos pedidos de bens duráveis nos EUA caíram 18,2% em agosto em relação a um mês antes, quando subiram 22,5%, e os equipamentos de transporte guiaram esse recuo, ao declinar 42%.
Além disso, segundo a consultoria Markit, o setor de serviços dos EUA avançou em setembro, mas a um ritmo menor do que o visto em agosto. Para o economista-chefe da empresa, Chris Williamson, esses resultados mostram que a economia americana deve apresentar um crescimento a uma taxa anualizada de 3,5% no terceiro trimestre.
Na Europa, os principais mercados fecharam em alta na última sexta-feira, apoiados pelo resultado positivo do PIB dos Estados Unidos. Os índices FTSE-100 e CAC-40, de Londres e Paris, fecharam em alta de 0,15% e 0,91%, respectivamente.
Apesar do resultado positivo, o crescimento insistentemente fraco na Europa e a desaceleração na China impulsionaram a demanda por ativos seguros e causaram quedas nos índices acionários europeus durante a semana.
O Banco Central Europeu continua enfrentando dificuldades para aumentar a inflação e para estimular a economia da zona do euro. O presidente do BCE, Mario Draghi, voltou a sinalizar o uso de novas medidas de estímulo não convencionais após o setor de negócios da zona do euro –que reúne indústria e serviços– registrar o menor crescimento desde dezembro do ano passado.
A indústria da zona do euro teve desaceleração em setembro e o índice caiu para 50,5, o mais baixo resultado em 14 meses. Além disso, o setor de serviços também registrou diminuição no ritmo de crescimento e o índice de atividade ficou em 52,8. Em agosto, essas taxas tinham sido 50,7 e 53,1, respectivamente.
Na Ásia, a inflação do Japão avançou menos do que o previsto e o índice de preços ao consumidor aumentou 3,1% em agosto frente ao mesmo mês do ano anterior, resultado que ficou abaixo da previsão do mercado de alta de 3,2%.
Já na China, dados preliminares apontam que a atividade industrial registrou uma leve melhora em setembro. O indicador que mede esse desempenho ficou em 50,5, após marcar 50,2 em agosto. O avanço do índice está relacionado ao fato de as novas encomendas para exportação terem registrado alta, o que sugere que as exportações vão continuar sendo um importante motor da economia chinesa.
Nos próximos dias, serão divulgados a decisão da taxa de juros e o IPC anual da zona do euro, o PMI de Manufatura da China, e o PIB anual e trimestral do Reino Unido.
PANORAMA BRASIL
Em meio a uma semana com clima de aversão ao risco tomando conta dos mercados internacionais, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, acumulou baixa de 1,0% na semana, enquanto no mês o índice acumulou queda de 6,65%.
Já o dólar registrou a quarta semana de alta com ganhos de 1,77% e, desde o início do mês de setembro, teve avanço de 7,85%. Essa virada no dólar, que em agosto caiu 1,37%, decorreu da combinação de um fortalecimento da moeda no exterior com a mudança nas perspectivas da corrida presidencial no Brasil.
Ao longo da última semana, dados negativos sobre a economia brasileira foram divulgados. O índice de preços ao produtor subiu 0,48% em agosto, na primeira alta do indicador desde fevereiro. No acumulado do ano, o IPP subiu 1,10%. Além disso, devido principalmente à demanda fraca, a confiança do comércio caiu 8,7% no trimestre encerrado em setembro, registrando a terceira queda consecutiva.
O índice de confiança do setor de construção também se deteriorou ainda mais em setembro e caiu 16,1% em relação a setembro do ano passado. Essa é a maior queda em três anos e deve ter repercussões negativas no mercado de trabalho do setor. A piora da confiança decorreu sobretudo das avaliações em relação ao atual estado dos negócios.
Nos próximos dias, serão divulgados o superavit orçamentário, o PMI da manufatura e a produção industrial brasileira mensal e anual.
Post em parceria com João Luiz de Cerqueira Cesar, graduando em pela EESP-FGV e consultor da CJE-FGV o hiperlink: http://www.cjefgv.com/
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