Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Apesar de conquistas, mulheres recebem menos que os homens
A mulher está ultrapassando todas as barreiras e alcançando suas metas, mas ainda falta muito para equiparar os salários com os homens – e vencer o preconceito de gêneros continua sendo um desafio.
A pesquisa Cadastro Central de Empresas (Cempre), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que a participação da mulher no mercado de trabalho, entre 2011 e 2012, aumentou 3,2%, superando inclusive a dos homens.
Em termos salariais, a mulher ainda alcançou grandes conquistas: embora em 2012 os homens tenham recebido, em média, R$ 2.126,67, e as mulheres, R$ 1.697,30, a pesquisa do IBGE constatou que os salários das mulheres tiveram um aumento real superior ao dos homens: 2,4% contra 2%.
Em relação à formação, as mulheres já ultrapassam 60% dos formandos em nível superior. Segundo dados do Ministério da Educação, no ensino superior elas já são maioria há pelo menos duas décadas.
Mesmo com todas as conquistas femininas, o preconceito ainda assusta. Para 44% dos homens entrevistados em uma pesquisa do Instituto Data Popular, o marido que larga o emprego para cuidar da casa deve ter vergonha. Por outro lado, 78% afirmam respeitar uma mulher que troca a carreira pela casa.
Contudo, é cada vez mais normal encontrarmos casais em que a mulher ganha mais que o homem. Principalmente na Dinamarca. Essa é a conclusão do estudo Diferenças Globais entre Gêneros - 2014, do Fórum Econômico Mundial.
Na Dinamarca, único país em que as mulheres ganham mais, a renda média anual das mulheres é equivalente a R$ 118.252, enquanto a dos homens é equivalente a R$ 115.276. O salário médio delas, assim, equivale a 103% do salário médio deles.
O segundo país em que a situação das mulheres é mais favorável com relação à renda é a Austrália, embora eles ainda ganhem mais. A renda média anual do homem australiano é equivalente a R$ 121.815 e a da mulher equivalente a R$ 117.452, uma diferença aproximada de 4%.
O Brasil aparece em 79º no ranking. Aqui a renda média anual dos homens é de R$ 50.237, e a das mulheres é de R$ 29.541, o que significa que elas recebem, em média, 59% do salário deles, ou seja, pouco mais que a metade.
Os dez países com menor diferença salarial entre homem e mulher são: Dinamarca - mulheres: US$ 43.316 / homens: US$ 42.226; Austrália - mulheres: US$ 43.023 / homens: US$ 44.621; Tanzânia - mulheres: US$ 1.618 / homens: US$ 1.748; Quênia - mulheres: US$ 2.054 / homens: US$ 2.238; Botsuana - mulheres: US$ 13.382 / homens: US$ 15.998; Vietnã - mulheres: US$ 4.510 / homens: US$ 5.498; Eslovênia - mulheres: US$ 25.544 / homens: US$ 31.443; Moçambique - mulheres: US$ 883 / homens: US$ 1.098; Suécia - mulheres: US$ 37.788 / homens: US$ 47.978; e Burundi - mulheres: US$ 661 / homens: US$ 841.
Post feito em parceria com a jornalista Rita de Sousa
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