Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Qual a melhor opção de investimento para ganhar da inflação?
Todos que pensam em fazer um investimento precisam ficar atentos à inflação para avaliar a necessidade de mudar suas aplicações e, assim, proteger com unhas e dentes seu dinheiro. Diante disso, hoje vamos responder a pergunta do nosso leitor R.Z., que também pode ajudar você a entender melhor quais as alternativas à poupança. É hora de ampliar seus horizontes!
"Tenho dinheiro aplicado na poupança e gostaria de saber qual é o melhor investimento no momento para superar ou acompanhar a inflação."
É preciso deixar claro que a poupança não é um instrumento de investimento interessante. A caderneta, na verdade, é uma modalidade que, apesar de ser a mais popular do país, hoje sequer cobre a inflação em sua remuneração. Para ilustrar, o rendimento da poupança nos últimos 12 meses foi de 7,19%. Já a inflação medida pelo IPCA atingiu 8,17% no mesmo período. O resultado foi uma perda de 0,91% no poder de compra.
Portanto, é fundamental, ao pensar em bons investimentos, preocupar-se com a manutenção e, se possível, também com o aumento do poder de compra. Caso você não tenha esse cuidado, você poderá estar destruindo seu patrimônio.
Diante disso, há algumas algumas opções interessantes. No médio e longo prazo, recomendamos dois títulos interessantes: o "Tesouro IPCA+" e o "Tesouro IPCA+ com juros semestrais". Eles são papéis emitidos pelo Tesouro Nacional e negociados pelo Tesouro Direto - que pagam hoje em torno de 6% ao ano mais a variação do IPCA.
Nesta modalidade, você terá que pagar uma custódia de 0,3% ao ano, mais Imposto de Renda sobre o juros, o que é pago ao final do investimento- a alíquota varia de acordo com o prazo, seguindo uma tabela decrescente. Até seis meses, é 22,5%. De seis a doze meses, é de 20%. De doze a 24 meses, você pagará 17,5%. A partir de 24 meses, a alíquota passa a ser a mínima, que é de 15%.
Caso opte por um desses títulos do Tesouro Direto, é interessante escolher uma corretora que não cobre taxa de corretagem/administração - atualmente há quatro corretoras que não cobram e podem ser encontradas no próprio site do Tesouro.
Por outro lado, quando falamos de curto prazo, o "Tesouro IPCA+" e o "Tesouro IPCA+ com juros semestrais" não são indicados porque podem oscilar muito. Nesse caso, a melhor opção é apostar em um CDB de banco, que, via de regra, é atrelado ao CDI (que serve como referência para calcular a rentabilidade do CDB e tem uma taxa muito próxima à Selic) ou no título Tesouro Selic, também negociado pelo sistema Tesouro Direto.
Se optar pelo CDB de banco, é importante negociar com o gerente uma taxa de rendimento que seja a mais alta possível (dependendo do valor, você pode conseguir, em um grande banco, até 100% do CDI). Lembre-se: quanto maior a taxa do CDI, maior será o ganho frente à poupança.
No CDB também há incidência de Imposto de Renda sobre o juros. As alíquotas são exatamente as mesmas que as dos títulos públicos.
Bons investimentos!
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade