Chico Felitti é jornalista.
Escritora muda obra de Machado de Assis para facilitar a leitura
"Entendo por que os jovens não gostam de Machado de Assis", diz a escritora Patrícia Secco. "Os livros dele têm cinco ou seis palavras que não entendem por frase. As construções são muito longas. Eu simplifico isso." Ela simplifica mesmo: Patrícia lançará em junho uma versão de "O Alienista", obra de Machado lançada em 1882, em que as frases estão mais diretas e palavras são trocadas por sinônimos mais comuns (um "sagacidade" virou "esperteza", por exemplo".
A mudança não fere o estilo do escritor mais celebrado do Brasil, diz Patrícia. "A ideia não é mudar o que ele disse, só tornar mais fácil."
E o plano inicial dela era descomplicar outros clássicos. A ideia nasceu em 2008, com aspirações maiores: "Montei um plano com um título de cada autor clássico para a gente tentar fazer uma versão."
Seu projeto, que também previa versões de "O Cortiço" e de "Memórias de Um Sargento de Milícias", foi liberado pelo Ministério da Cultura para captar dinheiro com lei de incentivo, mas Secco só conseguiu patrocínio para dois títulos: "O Alienista" e "A Pata da Gazela", de José de Alencar, que sai junto.
A equipe que "descomplica" o texto é formada "por um monte de gente", diz a autora, entre eles a própria e dois jornalistas amigos.
A tiragem, de 600 mil exemplares, será distribuídas de graça pelo Instituto Brasil Leitor. O lançamento será em junho, e terá direito a um túnel construído com 60 mil livros no vale do Anhangabaú, centro da cidade.
"É absurdo imaginar que a função da escola seja facilitar qualquer coisa, em vez de levar a trabalhar com as dificuldades da vida, da crítica e do conhecimento", comenta o professor da USP Alcides Villaça. Ele se diz indignado: "Apresentar como sendo de Machado de Assis uma mutilação bisonha de seu texto não devia dar cadeia?".
Outros seis mestres da USP e três da Unicamp foram procurados para dar seu parecer sobre o projeto. Nenhum quis comentar.
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SIM, NÃO E UM TALVEZ
Não faz nem dois meses que Clarice Vitkauskas completou 18 anos. Mas a modelo de 1,76 m leva vida de gente grande há tempos: saiu da Guarulhos natal e hoje mora entre Nova York, Paris e Milão, onde anda profissionalmente por passarelas de marcas como Valentino e Burberry. Foi a campeã de desfiles na última SPFW, e acha que não para por aí.
"Posso ser a próxima Gisele Bündchen"
Queria ser modelo quando era criança?
Sim
Achava que conseguiria?
Sim
Acredita poder ser a próxima Gisele?
Sim
Hoje se sente em casa em Guarulhos?
Sim
Quer morar fora o resto da vida?
Sim
Participaria de um reality show de modelos?
Não
Deixa de comer algo para manter o corpo?
Sim
Tem namorado?
Não
Porque faz mal pra carreira?
Talvez
Já fez o desfile dos seus sonhos?
Sim
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NOVAS ALFINETADAS
Ronaldo Esper abre na semana que vem novo ateliê para noivas. A casa onde ele atenderá noivas e debutantes, na Água Branca, é tombada. "Era para termos aberto antes, mas uma família de pombos que vivia lá dentro deixou o lugar uma imundice e tivemos de limpar tudo de novo. Mas é bom, significa boa sorte!", diz o estilista.
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MODA FRANCESA, PREÇO EM REAIS
A grife Yves Saint Laurent está em contato com a rede brasileira Riachuelo. Mas não por coisa boa: o magazine brasileiro vendia por R$ 35 uma camiseta com o sinal de yen, um cifrão e o ícone de libra. Juntas, as estampas formavam YSL, logomarca da marca francesa. "Não comentamos", diz a grife francesa. "Não comentamos", diz o magazine nacional.
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ANDA MAL DE SAÚDE
O primeiro hospital público do Brasil a ganhar o certificado Joint Commission de qualidade, um dos mais reconhecidos do mundo, pode perdê-lo a qualquer momento. A empresa americana que concede o selo investiga o Hospital Geral de Itapecerica da Serra pela morte de um recém-nascido que morreu após ser derrubado no chão. "Não nos pronunciamos sobre cada caso", diz a Joint Comission.
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FOTO DE PERFIL
Felipe Gabriel/FolhaPress | ||
André Betio estilista de noivas que trabalhou com Sandro Barros na Daslu por seis anos |
André Betio é cara conhecida para quem frequentava o ateliê do estilista Sandro Barros. Foram seis anos de trabalho em conjunto até Betio, 27, decidir abrir seu próprio negócio: um estúdio de moda delivery. "Vou à casa da cliente a qualquer horário, qualquer dia. Faço de tudo." E tudo por um preço mais baixo do que os vestidos de R$ 30 mil que costumava fazer, jura ele.
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QUALQUER NÚMERO
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Foi o total de canções que Maria Gadú cantou, do início ao fim, enquanto assistia ao musical "Rita Lee Mora ao Lado", na terceira fileira.
Livraria da Folha
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