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cida santos

 

08/08/2012 - 15h39

Brasil e Itália decidem vaga na final

DE SÃO PAULO

A história foi a que todo mundo esperava: um jogo tranquilo contra a Argentina e a classificação para a semifinal do vôlei masculino dos Jogos Olímpicos. Está certo que a concentração, a disciplina tática, o saque, a boa recepção e os poucos erros do Brasil deixaram tudo mais fácil: a vitória foi por 3 sets a 0 (25/19, 25/17 e 25/20), em apenas 73 minutos de partida. Agora, tudo vai ficar mais complicado: sexta-feira, às 15h30, a decisão por uma vaga na final será contra a surpreendente Itália, que derrotou os favoritos Estados Unidos por um incrível 3 sets a 0 (28/26, 25/20 e 25/20).

Para o Brasil, foi melhor a vitória da Itália. Historicamente, sempre teve dificuldade para jogar com o time americano, que erra pouco e tem uma disciplina tática impressionante. Ok, também não vai ser fácil contra os italianos. Eles têm três títulos mundiais, muita tradição no vôlei e uma rivalidade imensa com os brasileiros.

O time italiano, que havia se classificado em quarto lugar na primeira fase, mostrou um jogo perfeito contra os americanos, donos da melhor campanha. O que mais impressionou foi o saque, que acabou com a recepção dos Estados Unidos. A defesa funcionou bem e os ponteiros Zaytsev e Savani passaram sem problemas pelo bloqueio adversário. Um dos lances mais legais foi no finzinho do terceiro set. O levantador Travica arriscou uma jogada de segunda espetacular, que caiu sem defesa na quadra dos Estados Unidos.

Já o Brasil ganhou um grande problema no jogo contra a Argentina. No primeiro set, logo depois de um ataque, o oposto Leandro Vissotto sentiu uma dor muscular muito forte na coxa, perto da região da virilha direita. Saiu de quadra chorando e agora a expectativa é para o resultado do exame. Wallace entrou no lugar do Vissotto e foi bem na partida: fez onze pontos. A questão é que com um oposto a menos, o técnico Bernardinho fica limitado para fazer as inversões de rede. Ele pode improvisar com Giba, Thiago ou até mesmo Dante.

Em todos os jogos da seleção brasileira nesta Olimpíada, Bernardinho tem mantido a mesma base: o levantador Bruninho e o oposto Vissotto; os ponteiros Dante e Murilo; os centrais Sidão e Lucas; e o líbero Escadinha. Contra os argentinos, o Murilo foi o maior pontuador do jogo com 14 pontos, seguido pelo Sidão com 12.

O curioso da Argentina, que tem um time jovem e inexperiente, é que para quem acompanha vôlei há muito tempo a impressão é de entrar no túnel do tempo. O time tem descendentes da melhor geração do vôlei argentino, medalha de bronze nos Jogos de Seul, em 88. O ponteiro Facundo Conte é filho do também ex-ponteiro Hugo Conte. Ele usa a mesma camisa sete do pai. O ponteiro Rodrigo Quiroga joga com o número nove do tio, o ex-oposto Raul Quiroga. O time tem mais dois descendentes de dois ex-jogadores da seleção: o levantador Nicolas Uriarte, filho do Jon Uriarte, atual técnico da Austrália, e o oposto Ivan Castellani, filho do Daniel Catellani, técnico da Finlândia.

Sobre o vôlei feminino, vale comentar a surpresa da eliminação das italianas. Elas perderam nas quartas de final para as sul-coreanas por 3 sets a 1. O destaque mais uma vez foi a oposto Kim, com 28 pontos. Amanhã, às 11h, a Coreia vai enfrentar na semifinal os Estados Unidos, os grandes favoritos. Na outra semifinal, às 15h30, o Brasil vai pegar o Japão. Vamos torcer. Depois da vitória heroica sobre a Rússia, a seleção feminina parece que se acertou.

cida santos

Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.

 

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