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cida santos
A transformação do Brasil
Para felicidade geral da nação, o Brasil, que começou atuando tão mal nos Jogos Olímpicos de Londres, redescobriu seu jogo e vai disputar neste sábado a medalha de ouro com os Estados Unidos. Vai ser um jogão. Será o confronto dos dois atuais técnicos campeões olímpicos de vôlei: José Roberto Guimarães, ouro com a seleção feminina nos Jogos de Pequim, em 2008, e Hugh McCutcheon, ouro com a seleção masculina americana também na China.
Impressionante a transformação da seleção brasileira. Nas primeiras partidas, o time estava apático e cometendo muitos erros. Foi criticado, inclusive por mim. Quase foi eliminado na primeira fase. Só passou para as quartas-de-final graças aos Estados Unidos, que já estavam classificados, mesmo assim colocaram todas suas titulares e venceram a Turquia. Se perdessem, seria o fim da linha para as brasileiras. Foi bacana a atitude da comissão técnica americana.
Depois desse sufoco, o time mudou sua postura e também seu jogo. O técnico Zé Roberto fez duas mudanças no time que foram fundamentais: a entrada da levantadora Dani Lins no lugar da Fernandinha e a ponteira Fernanda Garay na posição da Paula Pequeno. O time melhorou a recepção, ganhou mais força no ataque e Dani Lins passou a fazer o que a Fernandinha tinha mais dificuldade: jogar com as centrais, a Thaísa e a Fabiana.
Confesso que a atuação da Dani Lins é uma surpresa. Critiquei o corte da Fabíola, a titular em quase toda esta temporada. Dani passou este ano como a terceira opção na posição e era a grande candidata ao corte. Quando foi divulgada a dispensa da Fabíola, até a Dani se mostrou surpresa. Pensava que ela seria cortada. Ponto para o Zé Roberto. Apostou na jogadora que ajudou a mudar a história do Brasil em Londres. Ponto para a Dani, que teve força para superar as críticas, inclusive as minhas, e jogar toda a bola que está jogando.
Nesta sexta-feira, a seleção brasileira fez uma partida perfeita contra o Japão. Deixou a tradicional defesa oriental zonza e venceu por 3 sets a 0 (25/18, 25/15 e 25/18). Fez 14 pontos de bloqueio, defendeu muito e o contra-ataque funcionou. Deu tudo certo. E todo mundo jogou bem: Thaísa, Fabiana, Sheilla, Dani, Jaqueline, Garay e Fabi. Destaque para a Thaísa, a melhor jogadora do Brasil.
O técnico Zé Roberto vem apontando ao longo de todo este ano os Estados Unidos como a melhor seleção da atualidade. Ele tem razão. É um time que erra pouco, tem muita disciplina tática, defende bem e ainda tem uma oposta como Destinee Hooker, que vira tudo quanto é bola. Se bem que do jeito que o Brasil está jogando, dá para apostar as fichas no bicampeonato olímpico do time da Thaísa, Sheila, Jaqueline e companhia.
Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.
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