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cida santos

 

17/08/2012 - 20h11

Zé Roberto no caminho de Santiago

O técnico José Roberto Guimarães já tem um compromisso certo para este mês: no dia 26 ou 27, vai embarcar para a Espanha. O tricampeão olímpico vai percorrer pela segunda vez o caminho de Santiago de Compostela. Em 2003, ele caminhou quase mil quilômetros em um mês. Agora, acompanhado da mulher Alcione, vai fazer a rota mais curta: 150 km em uma semana.

Ele me disse que resolveu voltar ao caminho porque quem faz essa rota sempre ouve o chamado de Santiago. "O caminho te chama de volta", explica. Zé Roberto conta que voltou a ouvir o chamado durante os Jogos Olímpicos de Londres. A seleção brasileira treinava bem, mas jogava mal. Teve derrotas inesperadas e se complicou para se classificar às quartas-de-final. Nos momentos difíceis, ele pensava em Santiago e fazia promessas. Diz que tem um ano para pagar todas as promessas que ele e sua mulher fizeram. A primeira que já pagou foi raspar o cabelo no dia seguinte da conquista do ouro olímpica.

Zé Roberto será o técnico do time feminino de Campinas. A apresentação oficial será dia 26. Sobre o seu futuro da seleção, ainda não acertou nada com o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça, mas ele deve continuar e já tem até alguns planos. Em 2013, pretende dar um descanso para as jogadoras mais experientes. Vai trabalhar mais com a nova geração, com jogadoras como as ponteiras Natália, Gabi e a levantadora Claudinha.

Nos Jogos Olímpicos, o Brasil só se classificou para as quartas de final porque os Estados Unidos venceram a Turquia. Uma vitória das turcas eliminaria as brasileiras. Detalhe: as americanas já estavam classificadas e mesmo assim jogaram com o time completo. Zé Roberto conta que não esperava outra atitude da comissão técnica dos Estados Unidos e que chegou até a agradecer a levantadora Lindsey Berg no dia seguinte no refeitório. Ela simplesmente respondeu que a sua seleção não tinha feito isso pelo Brasil, mas pelo seu time mesmo. Elas sempre querem ganhar.

Zé Roberto lembra que em 2003 aconteceu algo semelhante: na Copa do Mundo, que valia vaga para os Jogos de Atenas, o Brasil já estava classificado e podia até perder da Itália. Os Estados Unidos precisavam que as brasileiras derrotassem as italianas. E o Brasil também não poupou o time: ganhou o jogo, acabou em segundo lugar e ajudou a classificação americana, que ficou em terceiro. Os três primeiros garantiam vaga para a Olimpíada. A Itália terminou na quarta posição.

Para encerrar, vale destacar uma das declarações que o técnico Zé Roberto deu em entrevista ao UOL. Disse que gostaria de reatar a sua relação com o técnico Bernardinho. Os dois não se falam e nem se cumprimentam há oito anos. Os problemas entre eles começaram em 2004, quando a levantadora Fernanda Venturini, mulher de Bernardinho, jogava na seleção e teve problemas com Zé Roberto. O motivo seria que ela estaria levando DVDs do time feminino para seu marido analisar. Zé Roberto na época chegou a declarar que "maridos-técnicos atrapalhavam a sua equipe".

O que interessa agora é que Zé Roberto disse que os dois erraram, que não tem rancor do Bernardinho e que seria positiva uma reconciliação. Detalhe: no passado, eles foram amigos. Seria bom para o vôlei essa reaproximação, afinal são os dois grandes técnicos do país. Zé Roberto com três medalhas olímpicas de ouro e Bernardinho com seis medalhas olímpicas, uma como jogador e cinco como técnico. Pelo menos na próxima Superliga, eles vão ter que se cumprimentar já que os dois vão dirigir equipes femininas e vão se enfrentar.

cida santos

Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.

 

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