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cida santos

 

02/10/2012 - 11h15

O adeus da baixinha

A levantadora Yoshie Takeshita, a dona da camisa 3 da seleção do Japão, sempre deixou quem acompanha seus jogos intrigado com a seguinte questão: como é possível uma jogadora tão pequenininha atuar na elite do vôlei, um mundo de gigantes? Ela não chega nem a 1,60 m. Mede exatamente 1,59 m. Essa baixinha continua contrariando a lógica: aos 34 anos, no auge da sua forma técnica, está deixando as quadras. Quem anunciou a sua aposentadoria foi o JT Marvelous, o clube que a levantadora defendia havia dez anos.

Takeshita é craque. Aliás, essa parece ser a única razão que explica porque mesmo tão baixinha conseguiu se manter nos últimos anos como titular da seleção japonesa. Precisa compensar, e muito bem, o enorme prejuízo que dá quando vai para a rede. Onde ela fica aparece um buraco no bloqueio. É o ponto preferido para as adversárias atacarem. Se tivesse uns 15 centímetros a mais, seria a melhor do mundo.

Ela defende a seleção japonesa há 15 anos. Takeshita é baixinha, mas é rápida, habilidosa, muito técnica, precisa nos levantamentos, sabe ler o jogo e ainda defende bem. Nos últimos seis anos, vem colecionando conquistas: no Mundial de 2006, foi eleita a melhor jogadora do torneio. Com ela como titular, o Japão, que andava meio em baixa, conseguiu grandes resultados: foi medalha de bronze no Mundial de 2010 e nos Jogos Olímpicos de Londres.

Com a despedida de Takeshita das quadras, as baixinhas vão ter um incentivo a menos para jogar vôlei em uma posição que não seja líbero, a única que o jogador não sai do fundo de quadra e que a altura não é fundamental. Vale lembrar que das 24 seleções que estiveram no último Mundial, só duas jogadoras tinham a mesma altura da Takeshita. Elas são líberos. A italiana Paola Cardullo e a japonesa Yuko Sano, as duas com 1,59 m também. As líberos das outras 22 seleções do Mundial tinham 1,65 m ou mais. A brasileira Fabi, por exemplo, tem 1,69 m. É dez centímetros mais alta do que a levantadora japonesa. A Yoshie Tak eshita vai deixar saudade. Até o nome dela é legal. Quem sabe ela mude de idéia e volte a jogar na próxima Olimpíada.

cida santos

Cida Santos é jornalista e uma das autoras do livro "Vitória", que narra a trajetória da seleção masculina de vôlei, campeã olímpica em 1992. Escreve de segunda a sexta no site.

 

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