É engenheiro civil e atua como empresário imobiliário há mais de 30 anos. É presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Escreve às segundas.
Perder para ganhar
O ano de 2015 não foi bom para a economia brasileira e muito menos para o mercado imobiliário residencial de São Paulo, cujo desempenho foi inferior ao de 2014, período em que o setor já havia experimentado baixa performance.
Segundo dados do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário), reunidos e publicados recentemente no "Anuário do Mercado Imobiliário", em 2015 foram lançadas 21,4 mil unidades residenciais na capital –uma redução de 37% em relação ao ano anterior e a menor marca dos últimos dez anos.
A queda em volume financeiro foi ainda maior: 50%. Isso denota não apenas a flutuação de preços (para baixo), mas principalmente a concentração das vendas em unidades de menor valor.
A maioria dos apartamentos lançados tem dois dormitórios. Já em termos de valores, as unidades com preços de até R$ 500 mil responderam por 76% de todas as unidades colocadas à venda na cidade.
A zona leste foi responsável por abrigar a maior quantidade de lançamentos, com 37% do total, seguida da zona sul, com 25%.
O preço médio praticado em 2015 foi em torno de R$ 8.400 o metro quadrado de área privativa.
Em comparação com o ano anterior, a queda nas vendas foi de 6,6%, –bem menor se comparada ao resultado dos lançamentos. Isso só foi possível graças a campanhas mais agressivas das incorporadoras para conseguir reduzir os estoques e aumentar a liquidez.
Aumentaram em 20% as vendas de unidades com menos de 45 m². Além disso, 88% das unidades vendidas tinham até 85 m², o que demonstra a forte tendência de redução no tamanho das unidades, para que sejam alcançados preços competitivos nas regiões mais desejadas do mercado.
O esforço do setor para aproximar a oferta da demanda fica claro quando se verifica que nos últimos 12 meses foram lançados 21,4 mil imóveis e vendidos, no mesmo período, 20,1 mil. Praticamente, lançamentos e vendas igualados.
Os números da cidade de São Paulo seguem a tendência das principais capitais do país: queda de 24% no número de unidades lançadas e de 7% nas unidades vendidas.
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