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clóvis rossi

 

11/11/2011 - 15h28

Faltam ideias na batalha da USP

Três professores da USP levantaram na sexta-feira, em artigo para a Folha-papel (íntegra do artigo exclusiva para assinantes do jornal e do UOL --empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha ), a tese de que polícia e ideias são absolutamente incompatíveis. Escreveram:

"A presença constante de qualquer agente com potencialidade repressiva, e que possa ser acionado por um poder central, certamente é elemento inibidor da gestação de ideias e, por consequência, da força motriz da universidade e de sua relevância para a sociedade".

Se fosse verdade, a universidade teria sido irrelevante para a sociedade durante todo período ditatorial, que durou longos 21 anos. Não foi, felizmente não foi. Ao contrário, a universidade foi importante coadjuvante na batalha pela redemocratização.

Mas não é essa afirmação que me chamou mais a atenção no artigo. Os três ilustres acadêmicos querem que seja a própria USP quem cuide de sua segurança.

Dizem: "Não é crível que aquela que chamam de maior universidade da América Latina não possa, a partir de estudos dos maiores especialistas nas diversas áreas do conhecimento, várias ligadas à segurança pública, resolver o seu próprio problema de segurança".

Nesse ponto, estou de pleno acordo, mas me pergunto: por que, até agora, a USP foi absolutamente incapaz de resolver o problema de sua própria segurança e/ou de fornecer subsídios para a segurança pública do resto do país? Esteve permanentemente cercada de "agentes com potencialidade repressiva"? Ou pura e simplesmente fracassou na sua missão de "gestação de ideias", como confessam implicitamente os autores do artigo?

Essa história da polícia ou ausência dela na USP virou um Fla-Flu em que faltam exatamente aquilo que mais se espera de universidades e universitários (alunos e professores): ideias.

clóvis rossi

Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. É autor de obras como 'Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo' e 'O Que é Jornalismo'. Escreve às terças, quintas, sextas e domingos.

 

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