Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 

danuza leão

 

07/10/2012 - 03h00

Vamos votar?

DE SÃO PAULO

Política é coisa complicada, todo mundo sabe, e essa eleição está ainda mais complicada que as outras. A cada vez, segundo os resultados, se tem uma ideia: se os eleitores aprenderam a votar melhor, se já percebem quais candidatos pensam sinceramente em fazer alguma coisa decente pelo país, ou se continuam a votar nos mesmos de sempre, que acabam envolvidos nos escândalos de sempre --aliás, cada vez maiores.

É interessante avaliar até que ponto a propaganda eleitoral funciona. Mais tempo na televisão significa mais votos? Mais cartazes nas ruas quer dizer que a eleição está ganha? A realidade diz que não. Às vezes parece que o eleitor está mandando um recado aos que achavam que a transferência de votos seria automática, mas se houvesse a receita do sucesso tudo seria bem fácil. E o tempo dos marqueteiros parece estar em seus estertores, ufa.

Só quando forem abertas as urnas vamos saber, e muitos eleitores --segundo as pesquisas-- parecem estar dizendo "voto em quem quero". Convenhamos, é um progresso. E quando você não tem certeza de em quem deve votar? Alguns preferem os que estão na frente das pesquisas, para estar do lado dos vitoriosos; já outros escolhem seu candidato por eliminação e votam contra um candidato ou contra um partido (ou vários).

Eleição é sempre um dia de grandes emoções. O resultado vai mostrar --mais ou menos-- para onde estamos indo, e participar dessa escolha é uma chance que não pode ser desprezada.

Existem os que não têm mais obrigação de votar por terem atingido os 70 anos. Mas como assim? Abrir mão desse direito é desistir de muita coisa, sobretudo de ajudar a melhorar o país --fora a sensação de estar vivo e atuante, o que é muito bom. Eu sempre vou votar, mesmo que o voto venha a ser facultativo.

Vote com sua cabeça, mas também com seu coração, e não importa se seu candidato --segundo as pesquisas-- não tem chance de ganhar. O que interessa é a certeza de estar votando bem, naquele que parece ser o melhor, de acordo com a sua consciência.

Complicada é a escolha do vereador; são tantos os candidatos, a maioria deles tão insignificante, com seus slogans bizarros (e sempre com um sambinha ao fundo), que é um problema ter que escolher um deles para nos representar. Algum --ou alguns-- deve merecer o voto, mas esses eu não conheço, e votar em branco é uma questão de princípios: eu me recuso.

Então, se esse for também seu caso, escolha uma legenda na qual acredita, vote nela e saia da cabine com o coração leve, com a consciência de ter feito o melhor que podia, e não invente nenhuma desculpa para não votar; votar é bom.

Hoje é dia de festa, e não desperdice o privilégio que é poder escolher os que você acha que vão ser os melhores; vote bem.

PS "" Recebi e-mail de um leitor informando que, segundo denúncia do Ministério Público Federal, a Justiça Federal de Paranaguá mandou a júri popular, por tentativa de homicídio qualificado, os cinco tripulantes acusados de torturar e jogar ao mar o clandestino camaronês.

O júri deverá acontecer ainda neste mês de outubro, e o camaronês terá de volta seu passaporte, para poder retornar a seu país.

A Justiça não falhou e foi rápida, viva ela.

danuza leão

Danuza Leão, jornalista e escritora, aborda temas ligados às relações entre pais e filhos, homens e mulheres, crianças, adolescentes, além de outros assuntos do dia-a-dia. Publicou seu primeiro livro em 1992. Escreve aos domingos na versão impressa do caderno "Cotidiano".

 

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página