Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.
Otimismo olímpico
A turbulência política na qual o Brasil mergulhou é motivo para preocupação em relação aos Jogos Olímpicos, em agosto, uma vez que grande parte dos custos da Olimpíada sai dos cofres públicos.
Apesar disso, e das tensões provocadas por escândalos de corrupção, desemprego, alta do custo de vida e pela votação do relatório que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff, os preparativos para o evento prosseguem.
E persiste um clima de otimismo dos organizadores de que será uma boa Olimpíada.
Independentemente dos rumos da política, os Jogos Olímpicos são um compromisso assumido pelo Brasil, em 2009, com a comunidade internacional –o COI (Comitê Olímpico Internacional), responsável pelo evento, reúne 206 comitês nacionais–, e deve ser cumprido.
O vírus zika, que gerou intranquilidade na população brasileira e teve repercussão internacional por causa da aproximação dos Jogos, quando dezenas de milhares de estrangeiros virão ao Rio, está sendo combatido, afirmou na semana passada o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI).
Segundo ele, no tocante aos Jogos, as ações de saúde envolvem a União, mais Estado e Prefeitura do Rio. O próprio Castro participou da inauguração do estádio de esportes aquáticos do Parque Olímpico.
As previsões do presidente do Comitê Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach, feitas em fevereiro passado, dando conta de que nenhum país pretendia deixar os Jogos por causa da zika, continuam válidas. Bach adiantou ainda que o COI estava confiante de que atletas e espectadores teriam condições seguras no Rio.
Embora várias regiões do Brasil –a do Rio entre elas– estejam sob riscos da zika, da dengue e da chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, a população parece mais conscientizada sobre o problema.
Tira lições das ondas desses transtornos há vários anos.
SHARAPOVA
Apanhada em um exame antidoping do Aberto da Austrália, em janeiro, pelo uso da substância meldonium, a tenista russa Maria Sharapova cumpre suspensão automática desde fevereiro, enquanto aguarda julgamento.
Sonhar com a participação dela na Rio-2016 parece perda de tempo. É quase impossível um atleta pego no antidoping se livrar de uma suspensão pesada. Outra questão: afastada das quadras, mesmo no caso de punição leve, como ela garantiria a vaga olímpica?
Entretanto, a tenista e outros esportistas da Rússia, que usaram o meldonium durante anos, têm uma tese interessante para uso na defesa. A informação da companhia farmacêutica Grindelks, da Letônia, onde o medicamento é produzido, de que o organismo humano pode demorar meses para eliminar todo o vestígio da droga, dependendo do tipo de tratamento aplicado.
Cartolas russos alegam que o uso da substância pode ter sido interrompido há meses e mesmo assim haveria o risco de aparecer em testes no início da validade da proibição, em janeiro. A droga foi banida dos esportes em setembro do ano passado.
Será que vai colar? O esporte na Rússia está com sua credibilidade fortemente abalada por causa de escândalos de doping.
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