O próximo passo

Salão de Xangai, abril de 2009. Jornalistas do mundo inteiro se acotovelam diante do Porsche Panamera, projeto inédito que era revelado ao mundo no evento chinês.

Em janeiro deste ano, a Ford apresentou o novo EcoSport. O carro que nasceu no Brasil e virou produto global foi exibido primeiro na Índia, no Salão de Nova Déli.

Eis o que falta ao Salão de São Paulo: um grande lançamento mundial, pronto para chegar às ruas e que chame a atenção do planeta. Damos um bom passo este ano, com a apresentação de conceitos inéditos. Mas falta o carro de série, aquele que poderá ser comprado nas semanas seguintes ao evento.

Talvez isso seja um resquício dos tempos de mercado fechado aos importados, ou mera questão de calendário -o salão brasileiro sempre é realizado após as mostras de Paris e Frankfurt, que se alternam ano a ano e concentram a maior parte dos novos produtos globais.

Há um mês, por exemplo, a mostra francesa foi palco para a sétima geração do Volkswagen Golf. Os remodelados Sandero e Logan, da Renault, também foram apresentados lá. São carros que chegarão ao mercado brasileiro.

A Chevrolet mostra o Onix, um compacto que tem possibilidades tímidas de fazer carreira em países fora do Mercosul. Além dele, há o Ford New Fiesta sedã reestilizado. Como o primeiro é um produto tipicamente local e a versão hatch do segundo já havia sido revelada na Europa, continuamos invejando os salões chinês e indiano.

O cenário pode mudar em 2014, quando o evento deverá deixar o Pavilhão de Exposições do Anhembi e partir para um espaço mais adequado. Será ano de Copa no país, mais um motivo para os fabricantes aproveitarem a projeção do Brasil e guardarem novidades para São Paulo.

Caso contrário, a história do Salão do Automóvel de São Paulo continuará repleta de modelos voltados para o mercado interno e de novidades de segunda mão.