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eduardo sodré

 

25/11/2012 - 07h06

Teorias da conspiração

Você já deve ter recebido um e-mail assim: engenheiro de um país distante (a nacionalidade costuma variar de uma mensagem para outra) criou um carro movido a água. Porém, cerceado pelas indústrias estabelecidas, teve de abandonar o projeto ou se esconder em uma nação ainda mais longínqua.

A fantasia se mistura com experimentos reais, que utilizam componentes químicos para quebrar moléculas de água e fazer o motor queimar hidrogênio. Ideias válidas, mas que não sobrevivem a questionamentos primários sobre viabilidade técnica, custos e ganhos ambientais.

A utopia impulsiona os mitos e dá força às teorias da conspiração. "Carros assim nunca vingarão, a indústria automotiva não quer, as petrolíferas não irão deixar", dizem as conversas de blog. É como se toda a história da mobilidade fosse marcada por vilões de folhetim, ávidos por controlar o mundo.

Há muito o que questionar sobre as posições dos fabricantes de automóveis e seus métodos de regulação do mercado. Mas isso não tem relação com o insucesso de projetos mirabolantes.

O objetivo de qualquer empresa é manter a rentabilidade. Se carros movidos a água, a luz solar ou a tubaína fossem lucrativos hoje, já estariam em produção.

Ver um automóvel abastecido com combustíveis alternativos se mover não significa que ele andará sempre ou que será confiável e seguro. Há uma grande distância entre o experimento e o mundo real. As sucatas de protótipos malsucedidos que lotam pátios de fabricantes pelo planeta provam isso.

Histórias de máquinas maravilhosas e seus criadores injustiçados dão margem a soluções miraculosas vendidas na internet, mas que não levam em conta as especificidades dos carros.

São como fórmulas de emagrecimento disponíveis a qualquer cidadão que tenha cartão de crédito: não se sabe ao certo quais são as contraindicações.

eduardo sodré

Eduardo Sodré é editor-adjunto do caderno 'Veículos'. Carioca com passagens pelos principais jornais do Rio, cobre o setor automotivo desde 1999. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.

 

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