Nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilusões Armadas'. Escreve às quartas-feiras e domingos.
É bom mostrar que as coisas não são sempre como parecem
Com grandes empresas abaladas pela Lava Jato, é bom mostrar que as coisas não são sempre como parecem. Veja-se o caso de Paulo Cunha, presidente do conselho do grupo Ultra, a quarta maior empresa do Brasil.
No primeiro governo de Lula ele foi chamado para a construção de uma refinaria no Estado do Rio. Apresentou um projeto com a estimativa de custo de US$ 3,5 bilhões. A papelada rodou e voltou às suas mãos com outra estimativa, de US$ 7 bilhões.
Cunha caiu fora. Posteriormente Lula e José Dirceu, então chefe da Casa Civil, ofereceram-lhe a liderança do projeto. Recusou na hora.
Cunha ouviria que um serviço de terraplenagem que valia R$ 300 milhões fora contratado por R$ 600 milhões e estava custando R$ 840 milhões. (Uma terraplenagem do Comperj gerou uma propina de R$ 2,7 milhões.)
Ninguém foi obrigado a meter a mão na bolsa da Viúva.
TERCEIRIZADOS
Terceirizar serviços que devem ser feitos por servidores do Estado ou da empresa pode acabar em encrenca. O sábio que vigiava os computadores do Partido Democrata, em Washington, trabalhava numa empresa de Chicago. Desprezou uma advertência de um agente do FBI de que suas máquinas estavam sendo invadidas pelos russos e deu no que deu.
Edward Snowden, que varejou os computadores do governo americano, trabalhava na Booz Allen. Em outubro, outro funcionário da mesma empresa foi para a cadeia por capturar dados dos computadores da National Security Agency.
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