O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, transformou uma controvérsia criada por uma crítica de um pesquisador da sacrossanta estatal num barraco típico das manifestações autoritárias que envenenam a gestão de centros de pesquisa e da academia.
Há uma semana, o pesquisador Zander Navarro escreveu um artigo intitulado "Embrapa, acorde", criticando a forma como vem sendo gerida a empresa. A Embrapa tem 10 mil empregados e custa US$ 1 bilhão anuais à Viúva.
Primeiro a estatal respondeu genérica e educadamente ao artigo, e pouco depois Zander foi demitido. Ele era um crítico costumeiro da administração da Embrapa. Até aí estava-se em mais uma briga de acadêmicos da burocracia federal.
O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, resolveu entrar no assunto e o fez da pior maneira possível. Juntou o autoritarismo dos mandarins com a invulnerabilidade que as redes internas parecem oferecer aos seus participantes. Numa mensagem restrita à cúpula da empresa, disse que tomaria providências para que "este tipo de comportamento, irresponsável e destrutivo, seja definitivamente erradicado da nossa empresa".
Linguagem de fabricante de pesticida.
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