É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.
Saber ouvir
"Lewis deveria pensar um pouco melhor sobre o halo e as responsabilidades que tem como campeão mundial. Ele poderia ao menos considerar sua implantação e, se possível, ajudar com informações para torná-lo menos inconveniente para os pilotos."
"Eu até entendo suas reações iniciais. Se eu ainda estivesse correndo, provavelmente diria coisas semelhantes num primeiro momento. Mas, depois, é preciso sentar e refletir com cuidado sobre as implicações de continuar com os testes ou de parar definitivamente."
"Lewis é um piloto extraordinário e todas as informações que ele dá para o desenvolvimento de um carro são valiosas. Mas ele usou uma visão tradicionalista, falou do alto do entusiasmo de alguém que está acostumado a pilotar sem nada à sua volta."
"Mudanças acontecem de tempos em tempos e alguma vezes são forçadas. Tudo indica que a entidade que comanda o automobilismo, por causa do momento e do rumo que as coisas estão tomando, vai impor essa mudança no regulamento."
"Sofri a tragédia da perda de Henry. Ele foi acertado por uma roda que pesava 28 quilos. Imagino que o halo o teria salvo."
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Banalizamos, jornalistas e torcedores, o conceito de "lenda do esporte". É um tremendo mal dos nossos tempos: desprezar atos heroicos do passado. Suspeito que seja porque não estejam no Facebook ou no Youtube.
Fato é que são poucos e poucas os que realmente merecem esse rótulo.
No esporte a motor, John Surtees é um deles.
Aos 82, é o único homem a conquistar títulos nas principais categorias do motociclismo e do automobilismo. Foi quatro vezes campeão das 500 cc e conquistou a F-1 em 1964.
Depois disso, montou uma equipe de respeito na F-1: 117 GPs entre 1970 e 1978. Teve mais: carros com seu sobrenome correram também em categorias de base, num esforço para revelar novos talentos.
Mas talvez seu feito mais admirável tenha sido se manter vivo e ativo após a morte do filho.
A cabeça de Henry foi acertada por um pneu que se soltou do carro de um adversário após um acidente numa prova de F-2. Aconteceu em Brands Hatch, há sete anos. Henry tinha 18. Sonhava em chegar à F-1, como todo garoto que um dia acelera um kart.
O "halo" teria evitado sua morte.
Este colunista mudou de opinião após ver o halo ser testado pela Ferrari em Barcelona. Não é tão medonho assim, e foi só a primeira experiência. Ainda há o que melhorar, em termos de eficiência e de design. Prefiro ser essa metamorfose ambulante, já dizia o tio Raul.
Hamilton deveria prestar atenção no que Surtees diz.
Eric Alonso/AFP | ||
Vettel durante teste com o halo em Barcelona |
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