Na Folha, foi editor de "Economia" (hoje "Mercado"), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006).
Passado e futuro
BRASÍLIA - Do ponto de vista eleitoral, é melhor para o PT do que para o PSDB reacender o embate entre os ex-presidentes Fernando Henrique (1995-2002) e Lula (2003-2010).
Para começar, quem tem hoje menos de 35 anos lembra-se só vagamente do Brasil de 1994, época do Plano Real liderado por FHC. Ou de quando o tucano estava no auge, em 1996, período em que ser moderno era usar um celular Motorola Startac.
Em segundo lugar, a última (e não a primeira) imagem é a que fica. FHC deixou a cadeira de presidente em 2002 aprovado por apenas 26% dos eleitores –e rejeitado por 36%. Lula ao terminar sua gestão, em 2010, tinha aprovação de 83% e só 4% de rejeição. Os números são do Datafolha.
Enquanto FHC enfrentou o ostracismo em seu próprio partido ao deixar o Planalto, Lula continuou a ser a grande estrela do PT no papel de ex-presidente. Hoje, só 12% dos eleitores dizem que votariam em um candidato apoiado pelo tucano. No caso do apoio do petista, a taxa é de 36%.
É claro que há um interesse comum entre FHC e Lula ao trocar chumbo em público como nesta semana –numa quase patética disputa verbal para aferir qual governo teve mais ou menos corrupção. Essa conveniente polarização tucano-petista ajuda a manter "tudo em casa". Desaparece do noticiário a possível terceira via, representada nesta eleição por Eduardo Campos e Marina Silva.
Ocorre que quem se sai melhor é o PT. Qualquer pesquisa demonstra que a estampa de FHC é sempre menos vistosa do que a de Lula num confronto direto. São Paulo pode ser uma exceção. Mas São Paulo não é o Brasil. Os tucanos às vezes não entendem assim. Como tampouco percebem que o eleitor está mais interessado no futuro do que no passado.
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O real legado da Copa é mostrar como o Brasil melhora em dias de jogo. Param todos os governos –federal, estaduais e municipais.
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