Humberto Luiz Peron

É jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance".

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Ataque produtivo e erros defensivos

Em um jogo bem disputado, principalmente no segundo tempo, o Brasil venceu a Itália por 4 a 2 e terminou com três vitórias na primeira fase da Copa das Confederações.

A partida mostrou a eficiência de nosso ataque, ao marcar quatro gols, mas também revelou problemas no nosso sistema defensivo. O time levou seus dois primeiros tentos na competição em defeitos que a já havia apresentado nas duas primeiras: dificuldades em marcar as jogadas pelas laterais do campo e a indecisão nos cruzamentos.

Contra Itália, como já havia feito contra Japão e México, a seleção começou a partida sufocando o adversário. Antes do segundo minuto de jogo, o time tomou a bola três vezes dos zagueiros italianos, criou duas chances para marcar, a mais clara de todas com Hulk que parou em grande defesa de Buffon, e ainda conseguiu alguns escanteios. Só que diferente dos dois primeiros jogos, o Brasil não marcou o gol logo no início.

A entrada de Hernanes no lugar de Paulinho ocasionou uma mudança de estilo no time. O jogador da Lazio se posicionou mais perto do outro volante, Luiz Gustavo, e também participava ativamente na ligação entre a defesa e o ataque. A equipe ficou mais cadenciada e trocou mais passes no meio, mas perdeu a chegada de um jogador para surpreender a defesa inimiga --o que Paulinho faz muito bem.

Sem velocidade, a seleção tinha dificuldades para penetrar na defesa da Itália. O Brasil depois da pressão inicial só conseguiu uma chance, aos 24 minutos, quando após uma tabela rápida, Neymar penetrou pelo lado esquerdo e finalizou para fora.

Pela situação da partida o caminho mais viável para marcação do gol seria em uma jogada de bola parada. É foi assim que o Brasil abriu a contagem, quando Dante --em impedimento-- aproveitou o rebote de uma defesa de Buffon e completou para o fundo do gol.

Logo no início da segunda etapa, a Itália acabou empatando a partida, ao se aproveitar da já citada fragilidade do Brasil na marcação de jogadas pelas pontas - nossos dois laterais têm dificuldades na marcação e a cobertura está chegando atrasada -, com Giaccherini logo aos seis minutos.

No momento em que o jogo se encaminha para entrar no mesmo ritmo de boa parte do primeiro tempo, com o Brasil no ataque e a Itália fechada na defesa, Neymar bateu com precisão uma falta --que ele cavou-- e colocou o Brasil novamente na frente do placar.

Com o Brasil em vantagem, aos 10 minutos, o panorama da partida acabou mudando. A Itália é que adiantou suas peças e passou a pressionar o Brasil. Surgia a chance de o time brasileiro aproveitar os contra-ataques. Assim, depois de um lançamento longo de Marcelo, Fred entrou em velocidade entre os dois zagueiros centrais da Itália e fez o terceiro gol brasileiro.

Aproveitando a vantagem de dois gols, Felipão colocou Bernard em campo. A intenção do treinador era explorar a velocidade do jogador do Atlético-MG, que entrou no jogo no momento que os italianos já estavam cansados e partiriam ainda mais para o ataque.

Mas quando jogo já parecia decidido, os italianos marcaram o segundo gol. Depois de uma falha da nossa defesa, que não conseguiu aliviar um cruzamento, Chiellini empurrou para as redes.

A partir do segundo tento italiano, o Brasil foi pressionado durante 20 minutos. Mesmo com a entrada de Fernando --no lugar de Hulk-- a nossa marcação não melhorou e a Itália sempre estava próxima de nossa área, inclusive, após outro cruzamento, uma cabeçada de Maggio acertou o travessão brasileiro.

Faltava ao Brasil acertar um lance de contra-ataque. E foi assim que a seleção decidiu a partida. Após uma jogada de Marcelo e Bernard pelo lado esquerdo, Fred --em posição duvidosa-- aproveitou um rebote de Buffon para decidir a partida.

Não só pelos resultados, mas agora é preciso dizer que o Brasil fez uma boa primeira fase e também mostrou um futebol melhor do que todos esperavam.

Até a próxima! E será na quarta, já pelas semifinais.

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