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gilberto dimenstein

 

09/11/2011 - 08h00

Fernando Haddad começa mal

A declaração do ministro Fernando Haddad sobre a desocupação da reitoria da USP foi um desastre. Não teve absolutamente nada de educativa. Em vez de pregar o respeito à lei e ao Estado de Direito, sugeriu a aceitação à desordem.

Haddad disse que a polícia não poderia tratar a USP como se fosse a cracolândia, e a cracolândia como se fosse a USP.

O problema, entretanto, não é a maconha (os leitores aqui sabem que sou favorável à descriminalização).

O problema é que um prédio público foi invadido numa ação radical e minoritária. A Justiça determinou a reintegração de posse. E a polícia cumpriu.

Exatamente, aliás, como estão fazendo com os sem-teto que invadiram nesta semana prédios na cidade de São Paulo.

O que Haddad está dizendo, na prática, é que invadir um prédio público pode, em certas circunstâncias, ser aceito por todos e amparado pela Justiça.

Para tentar agradar o eleitor, Haddad tentou se mostrar contra a ação policial. O que poderia soar bem. Errou: aquele grupo não representa nem a comunidade da USP. Muito menos o eleitor.

O desastre, porém, é que se Haddad for eleito, será cobrado por desocupar prédios públicos invadidos.

Ou seja, ele começou mal sua campanha eleitoral.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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