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gilberto dimenstein

 

20/09/2012 - 07h49

Sinto nojo e pena

A explicação para o sucesso de Celso Russomanno, não previsto por nenhum analista, é mais simples do que se imagina --e é, essencialmente, baseado numa propaganda enganosa. Não há nenhum mistério.

Ele se aproveitou do desgaste dos dois grandes partidos na cidade (PT e PSDB), beneficiou-se de seu prestígio televisivo e do apoio da Igreja Universal do Reino de Deus. Até ai, óbvio.

O mais importante, porém, é que ele vendeu a ilusão de que, ao defender o consumidor, terá condições, apenas pela vontade, de defender o cidadão, melhorando os serviços da cidade. Isso como se mudar uma cidade dependesse apenas do desejo de um indivíduo. É primário, mas está funcionando. Funciona porque a mentira dialoga com uma verdade: a sensação de desamparo do paulistano --o que ajuda a explicar a força da religião.

Numa eleição não se vendem verdades, mas sonhos e ilusões. Realidade fica para o dia seguinte à posse. Mas deveria haver algum limite.

Para sorte de Russomanno, como Serra e Haddad estão mais preocupados em se destruírem, ele tem menos dificuldades de vender sua ilusão.

*

Nessa eleição, sinto nojo do nível das campanhas, nunca vi tanta mediocridade e falta de projetos. E sinto pena ao ver a cidade de São Paulo, cuja sociedade é tão efervescente, ter uma campanha tão rasteira, em que temas básicos são religião e corrupção --e não soluções inovadoras e viáveis.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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