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gilberto dimenstein

 

11/12/2012 - 07h52

Sou mesmo xenófobo?

O deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ) ajudou a movimentar ontem ataques contra mim nas redes sociais por causa da coluna que escrevi sobre o futuro secretário da Cultura de São Paulo, Juca Ferreira. Fui acusado de xenófobo.

Só posso atribuir a incompreensão sobre a coluna a dois fenômenos que se reforçam nas redes: a dificuldade de interpretação de texto, derivada de carências do ensino básico, combinada com a leitura apressada. Muitos leram apenas o título provocativo para levantar o debate e se deram por satisfeitos.

Basta ler a coluna para ver que, na verdade, eu defendo exatamente o contrário do que gente como o deputado diz que eu defendo.

O que fiz foi expor e criticar o incômodo que brotou em parte do meio cultural paulistano pelo fato de Fernando Haddad convidar alguém de fora.

E aí comentei que ser de fora pode ser até bom para a cidade. E, no caso de Juca, ainda coloquei que, por ser baiano, ele traz uma visão cultural que, talvez, possa ajudar São Paulo. E por vir de outra cidade talvez não fique refém das panelinhas culturais locais.

Escrevi que uma cidade que se pretende cosmopolita como São Paulo deveria apreciar a diversidade e, portanto, atrair talentos de todos os lugares.

Por incrível que pareça, conseguiram ver nisso xenofobia.

Mas eu vejo incapacidade de ler um texto até o fim. Ou de entender. Não sei o que é pior.

*

Aliás, meu pai, pernambucano, foi educado em Salvador. Minha mulher é baiana. Meu guia intelectual - o educador Anísio Teixeira - é baiano. Minha visão sobre aprendizagem está fincada no conceito de escola-parque, inspiração para que eu ajudasse a desenvolver com pedagogos e comunicadores o conceito de bairro-escola.

Para completar, fui criticado aqui pelos linchadores por ter defendido, em outra coluna, que São Paulo tem atraído tantos talentos baianos que deveríamos pagar royalties para a Bahia.

gilberto dimenstein

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

 

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