Heloísa Negrão

É formada em jornalismo pela PUC-SP e em ciências sociais pela USP. Foi editora-adjunta de Novas Plataformas e repórter da revista sãopaulo.

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Chineses criam cremes contra o envelhecimento causado pela poluição

A Ásia é o maior celeiro de produtos para pele – o BB Cream e as máscaras faciais vêm de lá, por exemplo. As bases fininhas, tipo sérum, e 'coushion" (esponja) também são criações asiáticas.

A nova moda na China são produtos que prometem limpar micro partículas (trinta vezes menores que um fio de cabelo) de poluição da pele. Já podemos nos preparar para assistir blogueiras coreanas incluindo mais um passo nos seus tutoriais de como limpar a pele – elas chegam a usar dez produtos.

Segundo a dermatologista Cláudia Marçal, é correta a preocupação com os estragos que os poluentes podem causar na pele. "Eles são inevitavelmente incorporados a pele, num efeito bola de neve que, ao longo do tempo, pode causar sérios danos", afirma.

Um estudo do Hospital Geral da Força Aérea de Beijing mostrou uma correlação positiva entre a quantidade de PM 2.5 (nome desse nano poluente) no ar e o número de pacientes ambulatoriais com urticária em Pequim. Foram analisados mais de 1.500 casos entre 2013 e 2014.

A preocupação dos chineses em se proteger da poluição levou as marcas de cosméticos a apostarem em novas linhas de limpeza facial. Algumas marcas já estão usando o termo anti-P.M 25 – como as micro partículas são chamadas – nas suas embalagens mesmo sem ter estudos definitivos sobre os reais problemas que ele pode causar.

Para a Marçal, "outros estudos são necessários e está se tornando cada vez mais importante reconhecer a influência da poluição do ar sobre doenças de pele e levar essa influência em consideração ao fornecer sugestões de tratamento, tais como a limpeza profunda e reparação da barreira".

Os cremes prometem criar um filme invisível na superfície da pele que impede a penetração dos poluentes na pele. Marçal cita algumas pesquisas que indicam que essas partículas podem quebrar certas proteínas e lipídios, o que leva à inflamação e a consequente degradação do colágeno (envelhecimento).

Enquanto a nova moda não chega por aqui, a dermatologista indica uma "limpeza mecânica, com uma escova suave, pode colaborar na retirada da fuligem microscópica pelo menos duas vezes por semana. Os lenços de limpeza, especialmente à noite, ajudam também".

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