Igor Gielow

Repórter especial, foi diretor da Sucursal de Brasília da Folha. É autor de “Ariana”.

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Igor Gielow

Pedido patético de prefeito por tropas evidencia sucesso do lulismo

Crédito: Carlos Macedo - 1.jan.2017/Agência RBS PORTO ALEGRE, RS, BRASIL, 01/01/2017. O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB), tomou posse na tarde deste domingo em cerimônia na Câmara de Vereadores da Capital. Também foi empossado o vice-prefeito Gustavo Paim (PP) e os 36 vereadores eleitos em outubro. O evento ocorreu no Plenário Otávio Rocha e foi aberto ao público. Após a solenidade, aconteceu a transmissão do cargo de José Fortunati (PDT) para Marchezan, no Paço Municipal.(Foto: Carlos Macedo/Agência RBS) **RS E SC OUT** **SOMENTE USO EDITORIAL** *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), ao tomar posse

Poucas figuras são tão constantes nas relações humanas quanto a do inimigo. De Sun Tzu a Oscar Wilde, de cosmogonias dualistas a letras de rock, o conhecimento do adversário e de seu potencial simbiótico permeia a história.

É fascinante ver como o lulismo logrou manipular em seu favor a figura do antagonista. Até 2002, era o "nós contra eles", interrompido pelo Lulinha paz e amor, só para ser sacado sempre que a vitimização ou demonização se faziam necessárias.

O mais recente exemplo vem de Porto Alegre, onde o prefeito do MBL, digo, do PSDB resolveu pedir que o Exército e a Força Nacional impeçam algo como uma horda sanguinária de saquear a cidade durante o julgamento do recurso de Lula no dia 24, como se estivesse na Bagdá cercada pelos mongóis em 1258.

O prefeito caiu como um pato nas provocações de irresponsáveis apoiadores de Lula, um séquito misto de acólitos e réus, condição que encontra um resumo na presidente do PT.

Além de inconstitucional, o pedido de Marchezan Jr. é patético, ainda mais quando forças federais estão sobrecarregadas pelos fardos da insegurança pública. O circo anunciado pelo PT não parece demandar mais que simples operação policial.

Claro, o lado petista sempre forçou a barra, falando nos "exércitos do Stédile" e do "povo na rua" e outra tolices. O incrível é comprar isso pelo seu valor de face, como o próprio Planalto ameaçou fazer.

As prováveis confirmação de condenação e punição eleitoral do petista causarão alvoroço, mas bem menos do que os seus fiéis vendem.

Como a apatia do pós-impeachment e corte do oxigênio do imposto sindical às antes ameaçadoras "manifestações populares" demonstram, a chance de o Brasil vir abaixo porque "eleição sem Lula é golpe" é algo tão provável quanto o DEM ter candidato viável à Presidência.

Eis mais um legado dos anos Lula: uma oposição primária e reativa, que faz o jogo de seus inimigos.

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