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jaime spitzcovsky

 

27/01/2013 - 03h00

Entre cabras e antas

A família acaba de aumentar.

Decidimos agregar uma cabra e dois filhotes à população de nosso sítio a fim de curtir os balidos, experimentar um aparador de grama natural e, quem sabe, incorporar leite caprino ao cardápio. Vai depender muito da habilidade no momento da ordenha.

Outro dia assistia a um programa de TV sobre animais de estimação insólitos. Contaram a história de um veterinário e sua foca, resgatada numa praia irlandesa quando bebê. No Canadá, um casal encontrou um pequeno veado, cuja mãe provavelmente havia sido vítima de caçadores. O animal cresceu dentro de casa, ao lado de um gato, para, na vida adulta, voltar ao habitat natural.

Ilustração Tiago Elcerdo

O episódio televisivo narrou a saga de um carneiro transformado em mascote, com direito a dormir na cama, a participar de passeios de carro e a ter outras regalias, geralmente destinadas a caninos e felinos. Em cena digna de programa de pegadinhas, o dono foi dirigindo às compras e deixou o bicho no porta-malas. Transeuntes paravam chocados ao ver um enorme e peludo ovino refestelado no interior do veículo.

Também já vi história de um urubu transformado em pet. Na África do Sul, conheci pencas de experiências de animais selvagens criados como mascotes, vários deles devolvidos à natureza ao atingir a maturidade. Parece a opção mais lógica, desde que o bicho tenha os recursos necessários para enfrentar os desafios da nova vida.

Certa feita, na reserva de um hotel em Angra dos Reis, minha filha e eu pudemos acariciar um casal de antas, logo batizadas por nós de "anta-cachorro". À la caninos, adoravam carinho na barriga e se sentavam como nossos pets.

Ficamos tão maravilhados que, num devaneio, chegamos a imaginar com seria ter uma anta de estimação. Mas, de volta à realidade, optamos por ficar com as cabras. Para nós, seres urbanos, já são pets deveras exóticos.

jaime spitzcovsky

Jaime Spitzcovsky, jornalista, foi correspondente da Folha em Moscou e em Pequim. Escreve sobre animais de estimação aos domingos, a cada duas semanas.

 

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