Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
O Bom Senso rechaçado
Existem os projetos pragmáticos, os utópicos e os para negociar.
De certa forma, o apresentado pelo Bom Senso F.C. na segunda-feira passada tem um pouco disso tudo.
Mas já foi descartado pela cartolagem que, convidada, não apareceu no seminário do movimento.
Ambicioso, idealista mesmo em todos os sentidos do termo, o plano fala em movimentar por quase toda a temporada nada menos que 684 clubes profissionais espalhados pelo país.
"É impraticável" já disseram os cartolas. "Cadê o plano de negócios, a viabilização financeira?", perguntam especialistas.
Sejamos realistas. Se o Brasil tiver, de fato, 120 clubes que sejam verdadeiramente profissionais, é muito.
Quando se trata, formalmente, de quase 700, trata-se para negociar e não excluir ninguém aprioristicamente.
Alguém já disse que sem utopia não se faz revolução e está mais que claro que diante da situação falimentar do futebol nacional a ruptura é mais que urgente, é imprescindível e não será a mamata do Proforte que irá resolvê-la, como não foram os diversos REFIS e a Timemania.
O que o BSFC propõe é, numa palavra, mudança. Noutra, gestão. Em duas, gestão profissional.
É claro que assusta falar em Série E se a Série A não chega a 15 mil pagantes por jogo, embora a renda dos jogos tenha peso muito inferior ao da TV, dos patrocínios e da exportação de pé de obra.
Mas o que está por trás do projeto do BSFC é mais que uma ideia generosa, é uma provocação para que a cartolagem se mexa e se dê conta, ao se mexer, que, encarquilhada, precisa deixar seus postos para quem tenha uma visão nova e corajosa, aquela gente que ao não saber que certo objetivo é impossível vai lá e faz.
A cartolagem não pode mesmo aprovar.
MINISTRO AÉREO
Aldo Rebelo chamou de pessimistas os que diziam que o Brasil teria de apelar para os aeroportos militares para dar conta do tráfego aéreo durante a Copa do Mundo.
Pois não é que ele mesmo anunciou, em Londres, mais este jeitinho brasileiro?
O GATO DO QATAR
Verão incandescente, corrupção na compra de votos para ter a Copa de 2022, milhares de mortes de trabalhadores nas obras. O gato qatari já está no telhado.
LADRÕES DE BOLA
Em maio, um mês antes da Copa do Mundo, a Editora Planeta lançará o livro "O Lado Sujo do Futebol" que promete revelar novidades sobre o submundo do esporte número 1 dos brasileiros.
A obra foi escrita pelos jornalistas investigativos Amaury Ribeiro Jr., Luiz Carlos Azenha, Tony Chastinet e Leandro Cipoloni.
Essa é primeira publicação de Ribeiro Jr. após o polêmico "A Privataria Tucana".
Os textos estão totalmente embasados em documentos obtidos no Brasil e no exterior.
"O Lado Sujo do Futebol" será lançado em português e espanhol.
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