Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Três vezes vergonha
A FIFA colhe o que plantou ao fazer acordo eleitoral com a CBF e aceitar, sem concorrência, a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo.
Agora, se vê diante de fatos consumados, ou atrasos irrecuperáveis, e terá de aceitar fazer um torneio ao nosso modo, com jeitinhos, não do dela.
Seria um castigo merecido, não fosse o prejuízo para a imagem do país.
Já o COI esperneia enquanto é tempo e intervém. Não quer ser engambelado pela turma de Carlos Nuzman como a Fifa foi pela de Ricardo Teixeira e seus sucessores.
Antônio Carlos Jobim já dizia que o Brasil não é para iniciantes, realidade para a qual a Fifa acordou tarde e o COI se previne.
Acostumados a habitar uma terra de ninguém, nossos cartolas não dão a menor bola para as autoridades, sejam federais, estaduais ou municipais.
Sabem que sobrevivem a elas não é de hoje e apostam que assim seguirão, entre outros motivos porque estão carecas de conhecer o quanto o PCdoB, o aparelho que se apossou do esporte nacional, ignora o tema que controla.
A realidade nua e crua fora dos gramados, quadras, pistas e piscinas é esta e ponto final.
Se não bastasse, a crise técnica por que passa o futebol brasileiro, com exceção da seleção, redunda em que apenas a metade de nossos times que começaram a Libertadores nela seguirão depois da fase de grupos, a mais fácil.
Caso Galo, Cruzeiro ou Grêmio venham a vencê-la como nas últimas quatro edições, faremos de conta que continuamos os reis da cocada da preta, mesmo que saibamos que estes estejam na Alemanha, na Espanha e na Inglaterra.
Caso a seleção ganhe o hexa, então, os críticos e fracassomaníacos que engulam suas objeções, porque com brasileiro não há quem possa.
Repetiremos que somos o país do futebol, embora as pesquisas sempre mostrem que 27% da população brasileira, mais que a torcida do Flamengo ou do Corinthians, digam que não se interessam pelo esporte bretão.
Porque somos mesmo chegados ao me engana que eu gosto.
DECISÕES ESTADUAIS
O melhor jogo do domingo será na atual capital brasileira do futebol, entre Cruzeiro e Galo.
No Rio, Flamengo e Vasco jogam para salvar as aparências, não mais que isso.
No Pacaembu, o Ituano tentará desmoralizar, contra o Santos, a ideia, verdadeira, de que em dois jogos sempre prevalece o melhor. Vai ver, é ele.
No Sul tem Gre-Nal e Maringá x Londrina, como no nordeste tem Ba-Vi.
Só um desmiolado teimoso dá palpites nesta hora de decisão de títulos.
Pois lá vão: Cruzeiro, Vasco, Santos, Inter, Maringá e Bahia.
Caso não dê nada disso ou grande parte disso, ótimo. Sobrarão temas para a coluna de amanhã.
PARA PENSAR
O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença.
Livraria da Folha
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