Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Chi-chi-chi-le-le-le

Imagine como será o fim de semana se o Brasil perder hoje para o Chile. Nem é bom pensar. Com mais duas semanas de Copa sem o time da casa? Inimaginável, e o melhor será mesmo não fazer previsões.

Só sei que cansei de ter medo do Chile.

Em 1962, na semifinal, Estádio Nacional de Santiago lotado, o nome do maior artilheiro andino Leonel Sánchez soava como o de um monstro a assustar uma criança de 12 anos. Pois um categórico 4 a 2 acabou com o receio, apesar de o capitão chileno, Jorge Toro, ter dito antes do jogo: "Comemos o macarrão italiano, tomamos a vodca russa, e, agora, tomaremos o café brasileiro".

Depois, em 1998, no Parque dos Príncipes, em Paris, a dupla Salas e "Banban" Zamorano não deixaria pedra sobre pedra na defesa brasileira. No primeiro tempo, o Chile já perdia por 3 a 0. O 4 a 1 final não deixou dúvida.

Veio 2010, no Ellis Park, em Johannesburgo, e a ameaça vinha do "Loco" Bielsa que partiria para cima do time de Dunga como camicase. Partiu e levou 3 a 0, apesar de Alexis Sánchez (nenhum parentesco com Leonel) e Valdivia.

Chegou a vez de outro técnico argentino, o também audacioso Jorge Sampaoli, discípulo de Bielsa, com Vidal, Aránguiz, outra vez Alexis Sánchez e Valdivia.

Um receio é pouco, dois é muito, três é demais e quatro, convenhamos, é burrice. Ufanismo, excesso de confiança? Nada disso. Realismo.

Realismo que passa pela possibilidade de uma surpresa que nem seria uma zebra, mas uma surpresa para a qual, no Brasil, ninguém está preparado. E que permite encarar o embate com absoluta serenidade.

SERENIDADE

Foi o que faltou à Fifa ao exagerar na pena de Suárez. Tirá-lo da Copa era o suficiente. Todo o resto foi de uma crueldade que a entidade deveria usar para a corrupção que a contamina.

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