Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Júlio César redimido

A CÉSAR o que é de César, o Júlio.

Depois de ser um dos responsáveis pela eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, ao falhar, com Felipe Melo, no gol do empate que viraria virada holandesa, eis que o goleiro brasileiro virou o herói do time, e não "apenas" por ter defendido as duas primeiras cobranças da marca de pênalti dos chilenos, mas, também e principalmente, pela defesa espetacular que fez, com a bola em movimento, ali pela metade do segundo tempo, num tirambaço de Aránguiz.

Redenção maior impossível. E entre tantos vacilos revelados até aqui nesta campanha sofrida e sofrível, eis um acerto colossal de Felipão, ao apostar na experiência do goleiro Júlio César e suas enluvadas mãos salvadoras e condenar o colunista com as dele, prazerosamente, à palmatória. E o time?

Bem, o time fazia sua melhor partida e ganhava tranquilamente dos assustados chilenos até que Hulk fez a bobagem na devolução de um lateral a Marcelo. Daí em diante tocou o terror.

A seleção não se achou mais e, no máximo, cinco jogadores mantiveram a lucidez: Júlio César, Thiago Silva, David Luiz, Luiz Gustavo e Neymar.

Os demais pareciam ter caído do caminhão de mudanças enquanto o Chile gostava do jogo e jogava melhor até a prorrogação, quando despencou, esfalfado. Mesmo assim, segundos antes de a prorrogação terminar, o travessão brasileiro e o Brasil tremeram com uma bomba de Pinilla. A seleção esteve muito perto do inferno e, cá entre nós, chegou a merecê-lo.

Mas, entre ir para as quartas ou para os quintos, felizmente David Luiz, Marcelo e Neymar, nas cobranças, permitiram a sobrevivência.

Até quando é difícil dizer, porque as quartas devem ser realmente complicadas, diante de um rival melhor que os, como sempre, abatidos chilenos.

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