Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Empate em São Paulo satisfez tanto o Palmeiras quanto o Flamengo
Rubens Cavallari/Folhapress | ||
Palmeiras e Flamengo se enfrentam no Allianz Parque, pelo Brasileiro |
O Flamengo fez o que todo time deveria fazer quando joga fora de casa. Foi para cima do Palmeiras e mandou no jogo mais esperado do ano nos primeiros cinco minutos, além de conseguir equilibrá-lo depois que o Palmeiras se encontrou em campo.
Mas perdeu Márcio Araújo ainda no final do primeiro tempo e daí, é claro, tratou de defender o empate
O jogo não cumpria a expectativa e acabou prejudicado pelo rigor excessivo da expulsão.
O segundo tempo foi muito melhor.
Dessas coisas do futebol, depois de muito se defender, o Flamengo lançou mão de Alan Patrick que fez 1 a 0 segundos depois de entrar, em seu primeiro toque na bola.
E o Flamengo quase ampliou duas vezes até que "O Louco Cuca" encheu o Palmeiras de atacantes.
Gabriel Jesus, então, o que era dúvida, acertou as duas traves e decretou o empate para alegria de mais de 32 mil torcedores.
O empate acabou melhor para o Flamengo, pelas circunstâncias de jogar com 10 por 50 minutos.
Mas manteve o Palmeiras na liderança e evitou o que seria uma catástrofe, a derrota em casa com um a mais.
Pena que enfrentará o Corinthians, sem Fagner, depois de amanhã, sem Vitor Hugo e Gabriel Jesus.
COMO ANTIGAMENTE
Havia também uma boa expectativa para o jogo entre Botafogo e Santos, na Ilha do Governador.
Apesar do gramado indigno de receber um jogo do Brasileirão, os dois times, ao menos, disputaram uma partida lá e cá, com os cariocas buscando se recuperar do belo gol feito por Zeca logo de cara.
Como nos anos 1960, em vão.
Deu Santos, de novo no G4.
CATALÃES ENDIABRADOS
O que o Barcelona fez com os escoceses do Celtic não se faz com um visitante ilustre.
O 7 a 0 aplicado pela Liga dos Campeões não foi um acidente, dessas goleadas que são aplicadas porque um time fica desnorteado e leva uma porção de gols em poucos minutos, como, por exemplo, aconteceu, sim, você sabe quando.
Não.
Albert Gea/Reuters | ||
Neymar marca o terceiro gol do Barcelona |
A goleada foi sendo aplicada homeopaticamente, com direito a defender até pênalti do rival, quando o jogo estava só 1 a 0, para dar emoção, passar uma sensação de dificuldade, de equilíbrio.
O primeiro tempo acabou com um placar normal, 2 a 0, dois gols de Lionel Messi, aos 3 e aos 26.
Dava para cogitar num dois vira, quatro acaba, por aí, não mais.
Mesmo o massacre do segundo tempo só teve um gol em seguida a outro, de Andrés Iniesta, aos 13, e de Messi, no minuto seguinte.
Antes, Neymar havia marcado aos 3 e, depois, Luisito Suárez, marcou aos 29 e aos 42.
Tudo bem distribuído, ao natural.
Se é que se pode chamar de natural a tabelinha entre Messi e Neymar que redundou no segundo gol.
Ou a cobrança de falta de Neymar que valeu o 3 a 0.
Neymar se limitou a fazer apenas um gol, mas deu quatro passes para quatro gols.
Um desses gols, o de Iniesta, de primeira, sem deixar a bola tocar o chão, simplesmente espetacular pela precisão, na veia.
Imagine que estava 5 a 0 e Suárez não havia feito nem um golzinho sequer.
"Que calamidade!", deve ter pensado o uruguaio.
Pois fez os dois últimos.
O Barcelona nem precisa ser campeão.
Precisa só continuar a homenagear o futebol.
Nós agradecemos.
De joelhos.
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