Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Choradeira interminável
Robson Ventura/Folhapress | ||
Lucas Pratto, do São Paulo, sobe para cabecear cercado pelos corintianos Pablo (esq.) e Balbuena |
TÉCNICO BOTAFOGUENSE, o jovem Jair Ventura é capaz de ver seu time ser eliminado da Libertadores pelo Grêmio e analisar o jogo, sem reclamar de eventuais erros de arbitragem. Uma raridade!
Mais: reconhecer a justiça do resultado.
Já o lateral corintiano Fagner é capaz de sair de um jogo, como o contra o Racing na Copa Sul-Americana, em que o Corinthians não deu nem sequer um chute a gol, e imputar a eliminação ao juiz, fruto da eterna mania de perseguição causada pelas arbitragens sul-americanas.
Ora, uma coisa é reclamar da marcação de impedimento como no gol de Jô contra o Flamengo, metros atrás da linha de bola.
Ou de um gol feito pelo mesmo Jô, com o braço, contra o Vasco.
Outra é fazer o que Dorival Júnior, Petros e todos os jogadores são-paulinos fizeram depois de saírem frustrados pelo empate no Majestoso, porque faltou coragem para liquidar o clássico no segundo tempo.
Choraram tanto pelos supostos erros da arbitragem que até prejudicaram a razão que têm na anulação do segundo gol tricolor, que liquidaria a fatura.
Sim, foi Cássio quem abalroou Lucas Pratto e não o inverso no lance em que Militão fez o 2 a 0, impugnado equivocadamente.
Só que para os tricolores, que deveriam estar mais decepcionados com eles mesmos por permitir o empate aos dominados corintianos, elencaram mais três erros "capitais" na definição de Petros, endossados pelos demais: o primeiro num recuo de bola de Pablo; o segundo num pênalti do mesmo zagueiro e o terceiro por uma falta que Rodriguinho teria feito na origem do gol de empate alvinegro, marcado por Clayson.
Puro chororô!
Pablo toca na bola dividida com o atacante e a bola sobra fácil para Cássio jogar com os pés. O goleiro só a recolhe com a mãos pela óbvia falta de intenção do zagueiro em recuá-la.
Além do mais, quantas vezes a rara leitora e o raro leitor viram uma falta dessas virar gol, com o time inteiro embaixo do travessão?
Se nem os pênaltis têm sido convertidos como antigamente...
O reclamado braço na bola é claramente bola no braço e a pranteada falta de Rodriguinho está mais para falta de vergonha na cara da reclamação, porque lance claro de bobeada do zagueiro tricolor, na frente dos dois auxiliares, o da linha de fundo e o bandeirinha.
Haverá um complô para rebaixar o São Paulo?
Ou para fazer do Corinthians campeão?
Em resumo: chora-se de tanto e por qualquer coisa que o choro justo se perde na choradeira.
Buáááá!!!
A CBF CONSEGUIU
Ninguém quis comprar o pacote completo da CBF para os jogos da seleção brasileira até 2022.
Terá sido por causa do 7 a 1?
Não!
Será porque a seleção corre o risco de não disputar a Copa do Mundo na Rússia?
Também não!
Por que, então?
Porque a CBF exagerou no preço e ainda, no Brasil, para brasileiros, estabeleceu o preço em dólares.
Pior: exigiu do comprador a anuência aos patrocinadores dela e quis cobrar, por um jogo a valer, o mesmo de amistosos, num mínimo de 37 jogos a U$ 3,5 milhões cada um, com direito a aumentar o número de partidas.
Resultado? Ninguém quis.
Solução? Voltar atrás, baixar o preço, com o rabo entre as pernas.
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