Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Ao menos no futebol, ano promete bom divertimento com a Copa

Crédito: Eduardo Anizelli - 28.mar.2017/Folhapress Descrição: S√O PAULO, SP, 28.03.2017: BRASIL-PARAGUAI - O atacante Neymar comemora gol na partida entre Brasil X Paraguai, na Arena Corinthians na zona oeste de So Paulo, v·lida pelas EliminatÛrias da Copa do Mundo de 2018. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)
Neymar comemora gol na partida entre Brasil x Paraguai, na Arena Corinthians

Da Rússia, com amor, é como esperamos voltar da Copa do Mundo deste 2018.

E com o hexacampeonato, de preferência.

Missão dura, quase impossível, como as façanhas de James Bond.

Porque os alemães estão armados para ganhar o bicampeonato seguido e o pentacampeonato para se igualar aos brasileiros.

Uma armada com gente como Neuer, Boateng, Hummels, Khedira, Kroos, Ozil, Draxler, Müller, Mario Gomez, Sané, tantos.

Eles que vingaram a derrota só por 2 a 0 na final de 2002 com o escandaloso 7 a 1 do Mineirão.

Os franceses não deixam por menos, pedras nas chuteiras brasileiras desde que foram goleados com dez jogadores nas semifinais na Suécia, em 1958, por 5 a 2, para eliminar a seleção em 1986 e em 2006, além de vencer a decisão de 1998.

Azuis, brancos e vermelhos de Varane, Umtiti, Matuidi, Pogba, Rabiot, Sissoko, Griezmann, Lacazette, Coman, Giroud, Mbappé, e, se bater o bom senso, Benzema.

Ainda tem a esquadra espanhola, disposta a mostrar que por acaso foi o vexame de 2014 e não a glória de quatro anos antes.

Jogadores como De Gea, Piqué, Sergio Ramos, Busquets, David Silva, Thiago, Iniesta, Isco, Asensio, David Villa têm tudo para repetir o feito da África do Sul, sempre lembrando que jogarão em seu continente.

Para não falar da Bélgica de Courtois, Kompany, do extraordinário De Bruyne, Hazard, Lukaku, todos dispostos a deixarem de ser azarões e se tornarem campeões.

Ah, sim, não nos esqueçamos de Portugal de Cristiano Ronaldo e da Argentina de Lionel Messi, para citar apenas os dois melhores do mundo.

O português candidato a fazer o que Eusébio fez em 1966, quando os lusos ficaram em terceiro lugar, melhor colocação em todas as Copas.

O argentino decidido a liderar seu time ao ponto mais alto do pódio como Diego Armando Maradona em 1986.

São todos ossos duríssimos de roer para Neymar e companhia bela, belíssima até com Daniel Alves, Marcelo, Casemiro, Paulinho, Philippe Coutinho, Gabriel Jesus, Willian, enfim.

Será mesmo tarefa para 007, diversão garantida, muito melhor que outros setes que nos assombram.

Infelizmente, a Itália vai faltar.

De quebra, também em 2018, além de nosso Brasileirão de segunda divisão mundial, mas quase sempre repleto de emoções, teremos não sete, mas oito representantes na Libertadores, torneio problemático, encardido e que sempre nos faz lembrar do Terceiro Mundo, mas que o torcedor adora com altas doses de masoquismo, porque mais sofre do que se diverte.

Ainda mais agora, com tantos duelos, cinco, contra os argentinos logo na fase de grupos, embora falte, dos clubes mais populares do Brasil, o São Paulo, e apenas ele, porque Flamengo, Corinthians, Palmeiras e Vasco estão.

Trata-se mesmo de cardápio para ninguém botar defeito, para ser saboreado antes, durante e, tomara, depois, quando a Copa terminar e recomeçar a contagem regressiva dos quatro anos que faltarão para o Qatar - se é que teremos mesmo Copa no Qatar.

Enfim, que a rara leitora e o raro leitor vivam um ano plenamente feliz ao menos no futebol.

E que, na política, cada um torça e trabalhe pelos seus, sem caneladas e exclusões.

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