Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Com o City, Guardiola sobra no Inglês e parece não conhecer limites

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Pep Guardiola é o melhor técnico de futebol de todos os tempos?

Impossível responder.

Porque nos últimos 50 anos, tivemos Rinus Michels, o inventor do Carrossel Holandês, na Copa do Mundo de 1974, o pai do Futebol Total.

E tivemos o melhor filho, o maestro que o pôs em prática, o também holandês Johan Cruyff, tão genial em campo como no banco.

Se Michels era mais um bom atacante, como treinador acabou eleito pela FIFA, em 1999, o melhor do século 20.

E se Cruyff foi um atacante fenomenal, do tamanho de todos os gigantes com exceção de Pelé, teve além do mais, como técnico, o papel de influenciar Guardiola.

Não, por favor não pense serem Michels e Cruyff menores porque não ganharam a Copa do Mundo.

Não é disso que se trata, estamos apenas tratando da beleza do jogo e...dos seus resultados.

Sim, porque além do mais Michels ganhou com o Ajax o título europeu assim como com a Holanda venceu a Eurocopa e Cruyff não lhe ficou atrás.

O italiano Arrigo Sacchi é outro nome a ser lembrado e reverenciado sempre.

Ao beber do néctar holandês, Sacchi revolucionou a maneira italiana de jogar futebol, ao fazer do Milan do fim dos anos 1980 um time inesquecível e campeoníssimo de tudo, também por contar com o trio vindo da Holanda – Gullit, Rijkaard e Van Basten.

Como Michels em 1974, ele, 20 anos depois, chegou "só" ao vice-campeonato da Copa do Mundo, certamente porque o Milan era melhor que a seleção de seu país.

Então não se cometerá aqui a heresia de dizer ser Guardiola o melhor de todos os tempos ou que será o eleito como o melhor do século 21 porque sabe-se lá.

Bastará dizer: atualmente não tem para ninguém e pachecamente festejar que o catalão não dirija nenhuma seleção na Copa do Mundo.

Porque depois de ganhar tudo no Barcelona, depois de fazer o Bayern Munique jogar como jamais jogou – segundo dizem os próprios alemães, a começar pelo presidente do clube, Karl Rummenigge que, diga-se, bateu um bolão – Guardiola faz o que está fazendo à frente do Manchester City.

Esqueça que em 22 rodadas do campeonato mais difícil do mundo o time dele, invicto e com aproveitamento de espantosos 93,9%, pôs 15 pontos de vantagem sobre o Manchester United, o vice-líder.

Não dê bola para os 64 gols marcados e apenas 13 sofridos, porque, afinal, o time não venceu todos os jogos por 2,90 a 0,59, até empatou duas vezes – 1 a 1 e 0 a 0.

Mesmo que José Mourinho, do rival United, venha a apostar no despencar do City, acredite: em sua segunda temporada britânica, Guardiola será o campeão da Premier League, e à sua moda, sem abdicar do seu estilo, aperfeiçoando-o a cada partida, com a bola sempre bem tratada por 60%, 70%, até 80% do tempo por jogo, invariavelmente mais ainda fora (72,2%) do que dentro de casa (69,5%), média de 70,9%.

É possível que o City não ganhe a Liga dos Campeões.

Como a Hungria, a Holanda e o Brasil não ganharam as Copas do Mundo de 1954, 1974 e 1982.

Mesmo assim, não perca a oportunidade de vê-lo jogar.

Não perca a chance de curtir o trabalho do melhor treinador dos últimos dez anos no planeta bola, verdadeiro mágico.

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