Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

No São Paulo, Raí. No Santos, Gustavo Oliveira.

No Tricolor, o irmão mais famoso de Sócrates toma conta do futebol do clube. No Peixe, é o filho mais conhecido dele.

Tanto o clube paulistano quanto o praiano acenaram ou acenam para a possibilidade de contratar Robinho apesar de ele estar condenado na Itália a nove anos de prisão, em primeira instância, por participação do estupro de uma jovem albanesa drogada pelos estupradores.

O jogador recorreu e pode vir a ser absolvido no tribunal superior, sabe-se lá quando, porque também a Justiça italiana é lenta.

Tanto que o condenaram só em novembro último, por crime acontecido em janeiro de 2013, com mais cinco homens.

O argumento para minimizar a condenação, e até justificar que ainda não a levem em conta, é simples: e se ele vier a ser absolvido?

Terá sido impedido de trabalhar, eventualmente encerrado a carreira já nos estertores, aos 34 anos, por uma condenação ainda não transitada em julgado?

Pelo sim, pelo não, mesmo que Robinho fosse a última bolacha do pacote, e nem é o caso, o bom senso e a sensibilidade recomendam sequer cogitar da contratação.

A vizinha Mariliz Pereira Jorge tratou muito bem do tema no último sábado (13) aqui nestas páginas.

Lembrou ainda do goleiro assassino Bruno –e não digam que os crimes são incomparáveis porque ambos têm o mesmo carimbo indelével, como hediondos.

No mínimo, cabe perguntar: por que trazer problemão desses para dentro do grupo de jogadores, em sua maioria jovens? Que exemplos o clube de futebol deve dar aos seus funcionários e à torcida, à sociedade em geral?

Porque tão simplória como a pergunta "e se ele for absolvido em segunda instância?" é a "e se for condenado?". Para que criar o dilema?

Não basta a complacência das autoridades nacionais com a corrupção dos cartolas que andam livres, leves e soltos por aí, embora não possam sair do país?

O "Caso Robinho" ultrapassa a polêmica Oprah Winfrey x Catherine Deneuve, vai além da questão assédio x galanteio, do dizer sim ou não.

Mesmo porque muitas vezes dizer não pode evitar a cama, mas não o prejuízo de quem o disser, por exemplo quando o chefe prejudica a carreira da subordinada que recusou o convite para almoçar.

O desejável, o melhor dos mundos, seria a rápida decisão da Justiça italiana, a absolvição de Robinho e sua volta aos gramados com quaisquer camisas.

Como nada indica tal possibilidade, em nome do pai, do irmão e das mães, recomenda-se deixar quieto.

O simples cogitar é um insulto a todas as mulheres do planeta mesmo que Robinho topasse jogar de graça.

O silêncio de grande parte da chamada imprensa especializada sobre a questão é, também, estarrecedor.

Dá a medida de como o machismo é epidêmico ou de como a covardia prepondera.

Medo do quê? De nadar contra a corrente?

TEMPORADA 2018

Cruzeiro, Flamengo ou Palmeiras?

Quem tem o melhor elenco para enfrentar a maratona com os superados estaduais, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Libertadores?

É o Palmeiras, sem dúvida.

Quem tem o melhor time?

O Grêmio, disparado.

E quem se dará melhor?

Não sei!

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