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julio abramczyk

 

03/11/2012 - 03h56

A morte por saudade

Tem sido observado em casais de idosos que, pouco tempo após a morte de um dos companheiros, o sobrevivente também morre, independentemente do país ou da cultura.

Os médicos ainda não descobriram a causa disso, mas o escritor italiano Antonio Tabucchi, em um de seus contos, sinaliza que a morte por saudade é uma forma sutil de suicídio.

No último número do "American Journal of Epidemiology", o médico Sunil Shah observa que o aumento da mortalidade entre viúvos ou viúvas, após análise estatística de fichas médicas de 171.720 casais da Grã-Bretanha com no mínimo 60 anos de idade, não tem relação com a situação econômica ou o estado de saúde deles.

Shah destaca que a morte de um dos membros do casal idoso é a causa da morte do sobrevivente, mas não se sabe quais os mecanismos ou fatores que o levam ao óbito.

E, paradoxalmente, bom estado de saúde e elevado nível social podem aumentar o risco de mortalidade após a perda do seu companheiro.

Em outro estudo, J. Robin Mood, da Universidade Harvard, observa que a viuvez leva a um aumento de risco de mortalidade prematura, independentemente da idade ou do gênero.

Esse aumento, segundo Mood, tem sido descrito no primeiro ano após a perda do companheiro, sendo de 41% a estimativa de aumento na mortalidade nos primeiros seis meses. É o que Mood denomina de "efeito viuvez".

julio abramczyk

Julio Abramczyk, médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Na Folha desde 1960, já publicou mais de 2.500 artigos. Escreve aos sábados.

 

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