Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
Escreve aos sábados.
O suco de frutas e a obesidade
Até recentemente, a causa da compulsão por alimentos altamente calóricos era relacionada a problemas emocionais ou hormonais.
Agora, foi identificado mais um fator, presente até em algumas dietas de emagrecimento. É a frutose, o doce suco de muitas frutas.
No primeiro número do "Journal of the American Medical Association" deste ano, um trabalho da médica Kathleen Page e colaboradores mostra as diferentes respostas cerebral, metabólica e de saciedade quando do consumo de frutose ou glicose. A área de pesquisas de Page é a regulação do apetite pelo sistema nervoso central.
No estudo, foram comparados o fluxo do sangue em regiões do cérebro relacionadas ao apetite. Após ingestão de bebida com frutose ou glicose, foram realizados, na Universidade Yale, exames de ressonância magnética cerebral em 20 voluntários.
Aqueles que tomaram o refresco com glicose mostraram redução no fluxo cerebral, em comparação com os que tomaram a bebida com frutose. Os que receberam glicose apresentaram sensação de saciedade, o que não aconteceu com o grupo da frutose.
A conclusão é que a ação da frutose na área cerebral envolvida com a regulação do apetite estimula e cria a necessidade de comer um doce, chocolate ou outro alimento. O que não deve significar, entretanto, o abandono dos sucos de frutas e de suas vitaminas ou o abuso do açúcar. E sim, apenas, com bom senso, evitar o excesso.
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