Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
Escreve aos sábados.
O futebol e o coração
Os médicos estudam, há anos e em vários países, os casos de infarto em espectadores de jogos de futebol.
Em nosso meio, o problema foi abordado por Daniel Guilherme Suzuki Borges e colaboradores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, em estudo publicado nos "Arquivos Brasileiros de Cardiologia".
Para os autores, a possibilidade de um paciente com dor na região torácica apresentar um infarto é maior nos dias de jogos, principalmente do Brasil. Nem toda dor no tórax pode ter como causa um problema do coração, mas sempre é prudente afastar a possibilidade de infarto.
Com base em 155.992 internações hospitalares pelo SUS, verificaram aumento da incidência de infarto nos dias de jogos da seleção brasileira em Copas do Mundo, incluindo a Copa de 2002, quando o Brasil tornou-se pentacampeão mundial. Por isso, não existiria o efeito protetor da vitória contra um ataque do coração.
Na Copa da Alemanha, em 2006, médicos alemães examinaram 4.279 pacientes e verificaram que os problemas surgiam nas primeiras duas horas após o início do jogo. Nesse período, aumentava o nível de catecolaminas no sangue, o que pode provocar espasmos das coronárias.
Observaram também que a pressão psicológica no espectador é muito alta na cobrança de pênaltis. Sugerem, aos portadores de doenças cardiovasculares, evitar o estresse e não esquecer de tomar a medicação prescrita pelos seus médicos.
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