Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
Escreve aos sábados.
Acidentes nas partidas de futebol
Vários estudos vêm sendo publicados nos últimos anos sobre acidentes em atividades esportivas. Lesões involuntárias nas pernas e nos pés acontecem no futebol, apesar das caneleiras, tornozeleiras e chuteiras.
Para a face e cabeça, não há proteção. Felizmente, com menor frequência ocorrem traumas faciais nas cabeçadas concomitantes de dois jogadores ou as provocadas pela própria bola. Ela pesa quase meio quilo (em média, 437 gramas) e tem 69 cm de diâmetro, segundo o fabricante da Brazuca, a bola da Copa.
Neste mês, a revista "Plastic and Reconstructive Surgery "" Global Open" publica revisão de Dov C. Goldenberg, Gal M. Dini e colaboradores sobre o atendimento cirúrgico de fraturas do nariz e ossos da face no Hospital das Clínicas da FMUSP e na Unifesp, verificadas em partidas de futebol.
De 2000 a 2013, de 45 futebolistas amadores atendidos, 16 (35%) sofreram fraturas no nariz e maxilar. Lesões no osso malar, o osso da maçã do rosto, foram também 16 casos; as outras fraturas afetaram mandíbula (7), órbita (6), osso frontal (1) e naso-orbitoetmoide (1). Foram 39 casos de choque entre jogadores e seis as ocorrências por pancada violenta da bola.
Já Michael Lipton e equipe, da Universidade Yeshiva, em Nova York, receberam em fevereiro US$ 3 milhões dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA) para estudar a repercussão das cabeçadas durante as partidas na função cerebral.
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