Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
Escreve aos sábados.
Um cirurgião na saúde pública
"Sou Adib Domingos Jatene, nascido no Acre e me formei em 1953 na USP. No quarto ano, fui trabalhar no grupo de cirurgia do professor Zerbini. Minha proposta de vida era terminar o curso médico, fazer um ano de saúde pública e voltar para o Acre. Eu não fiz medicina para fazer cirurgia cardíaca."
Esse foi o modo como se apresentou Jatene, falecido dia 14, no livro "Desencontro do Médico com o Paciente: o que Pensam os Médicos?".
Jatene foi uma inteligência privilegiada. Tinha grande habilidade manual e extraordinária capacidade de trabalho e de planejamento. Atencioso com os pacientes, era enérgico com os auxiliares, principalmente no campo cirúrgico.
Na cirurgia cardíaca, inovou com uma técnica para graves problemas no coração de recém-nascidos (transposição dos grandes vasos).
Com a técnica de correção intracavitária nos aneurismas ventriculares, publicada em 1985 no "Journal of Thoracic Cardiovascular Surgery", teve mais de 400 citações na literatura médica internacional.
Seu interesse pela saúde pública permaneceu. No Ministério da Saúde, em 1995, propôs a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) para gerar recursos adicionais e exclusivos para a saúde pública. Conseguiu sua aprovação.
Com respaldo financeiro para gerir o ministério poderia transformar-se em um candidato presidencial imbatível. Mas os bilhões de reais foram então encaminhados pelos políticos para outros ministérios.
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