Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
Escreve aos sábados.
A dor no diabetes
O diabetes tem tratamento, mas a dor da neuropatia diabética, consequência de glicemia elevada por anos, é de difícil solução. Ela diminui a sensibilidade nas pernas, provoca dormência e câimbras e é seguida da dor localizada causada por alterações nas fibras nervosas das extremidades.
Apesar da grave queda na qualidade de vida que provoca, a neuropatia diabética permanece subdiagnosticada e subtratada, relatam Saad Javed e colegas da Universidade de Manchester, Reino Unido, na revista "Therapeutic Advances in Chronic Disease".
Tratamentos que restabelecem a higidez dos nervos estão em testes, mas nenhum ainda é satisfatório, dizem os autores. O tratamento sintomático ainda é o grande desafio.
Os opiáceos dão significativo alívio, mas causam efeitos adversos, como náuseas e dependência no longo prazo.
Algumas diretrizes recomendam medicamentos que atuam sobre o sistema nervosos central, como os antidepressivos e antiepilépticos. Cremes tópicos com capsaicina, componente ativo da pimenta vermelha, parece diminuir a dor, mas pode provocar irritação ou queimadura.
Na abordagem não farmacológica, são sugeridas a estimulação elétrica e o emprego da acupuntura.
O melhor tratamento é a prevenção. Especialistas recomendam controle permanente da glicemia e observação diária dos pés: devem estar limpos, sem bolhas ou inflamações. Elas podem provocar a úlcera do pé diabético, exigindo atenção médica imediata.
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